Disfarce militar: Lázaro usava agasalho da PMDF quando foi morto pela polícia
Investigadores acreditam que o maníaco tentava se disfarçar para fugir do cerco policial, que durou 20 dias
atualizado
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No momento em que foi baleado e morto por integrantes da força-tarefa em Águas Lindas (GO), na manhã desta segunda-feira (28/6), Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, estava vestido com uma jaqueta da Polícia Militar do Distrito Federal que parou de ser fabricada pela corporação em 2013. Por cima do agasalho da PMDF, ele ainda usava uma gondola camuflada do Exército Brasileiro (foto em destaque).
Apesar de 20 dias em fuga ensadecida pela mata, o maníaco estava barbeado. As informações levam os investigadores a acreditar que o psicopata tentava se disfarçar e passar pelo cerco policial sem ser notado.
Ainda de acordo com Rodney Miranda, secretário de Segurança de Goiás, o serial killer estava com R$ 4,4 mil no bolso, um “indicativo de que ele queria sair do Estado ou até do país”.
Lázaro chegou a descarregar a pistola contra os policiais, que reagiram. Ele é sspeito de matar uma família no Distrito Federal e balear outras cinco pessoas numa série de assaltos em chácaras na capital do país e em Goiás.
Mais cedo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, fez o anúncio em suas redes sociais de que o serial killer teria sido preso. Instantes depois, agentes que trabalham na captura confirmaram que o psicopata estaria morto. O corpo foi levado para o Hospital Bom Jesus, no município goiano.
Após o confronto no matagal, Lázaro ainda chegou a ser socorrido e levado a uma viatura do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram o momento em que o maníaco chega à unidade policial em uma maca.
Veja o vídeo do momento em que Lázaro chega de maca ao hospital:
Ao ser cercado, Lázaro teria dito aos policiais: “Eu vou morrer, mas vou levar vocês”.
Aplausos
Os policiais que participaram da caçada ao criminoso durante 20 dias foram aplaudidos na base da força-tarefa. As pessoas ainda soltaram fogos em comemoração ao término das buscas ao foragido.
“Estamos felizes demais. Foram 20 dias de angústia. Sem dormir. Preocupados. Eles são guerreiros. Merecem todo o nosso apoio pela dedicação. Agora é hora de comemorar”, disse Larissa Alves, 34, moradora da região.
“Gostaríamos de que ele fosse pego vivo. Ele precisava esclarecer os outros crimes. De qualquer forma, estamos aliviados. Esperávamos que fosse capturado o mais rapidamente possível. Estávamos acuados. Agora teve desfecho”, Cristiane Soares, 39, comerciante da região.
Confira imagens da movimentação em Águas Lindas de Goiás após a captura de Lázaro:
Lázaro é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques de Andrade, 43, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O crime ocorreu na madrugada de 9 de junho, no Incra 9, em Ceilândia.
O corpo de Cleonice foi encontrado três dias depois, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com um corte nas nádegas, em uma zona de mata perto da BR-070.
Veja fotos das operações em Goiás:
Veja a cronologia do crime:
Desde que matou a família Vidal, Lázaro escapou do cerco policial e invadiu propriedades, fazendo novas vítimas. Ainda no Incra 9, em Ceilândia, ele entrou em outras duas propriedades. Obrigou os chacareiros a cozinhar para ele e, até, fumar maconha. Sempre agressivo, chegou a roubar e incendiar um carro, próximo a Cocalzinho.
No dia 12/6, ele invadiu a fazenda da família de um soldado do 8⁰ BPM, próximo à Lagoa Samuel. Ele fez o caseiro refém, quebrou tudo, bebeu e fumou maconha. Também obrigou o funcionário a consumir a droga.
Segundo a corporação, o soldado chegou à propriedade, no início da noite, foi até a cancela e, provavelmente, ao abri-la, o homem fugiu, levando o caseiro como refém.
O criminoso seguiu para a fazenda ao lado, a cerca de 700m, e baleou três homens. Havia no local uma mulher e uma criança. Testemunhas informaram que o suspeito da chacina colocaria fogo na casa e não o fez por causa das vítimas.