Diretor do Hospital Regional do Gama é exonerado após denúncias de “situação caótica”
Exoneração de Renato de Almeida Lima foi publicada nesta sexta-feira no DODF. No lugar dele, assume Guilherme Augusto Guerra Avelar
atualizado
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O diretor do Hospital Regional do Gama (HRG), Renato de Almeida Lima, foi exonerado, nesta sexta-feira (13/8), do cargo que ocupava à frente da unidade de saúde. No lugar dele, assume Guilherme Augusto Guerra Avelar. A troca acontece três dias depois de o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindiMédico-DF) denunciar situação caótica no hospital e pedir a interdição da unidade ao Conselho Regional de Medicina (CRM-DF).
Entre os problemas apontados pelo SindiMédicos-DF há o déficit de profissionais de saúde e problemas graves, citados como “indícios de mortes evitáveis de pacientes”. Exoneração de Renato Almeida foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
O CRM-DF fará vistoria no Hospital Regional do Gama na próxima segunda-feira (16/8). Segundo o presidente da entidade, Farid Buitrago, se for constatado que o HRG não cumpre os requisitos mínimos necessários ao atendimento adequado aos pacientes, o conselho fechará a instituição.
O pedido de interdição ao CRM-DF foi enviado na última segunda-feira (9/8), após reunião do sindicato com a secional do DF da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF).
“Ficou confirmada a situação caótica daquele hospital, inclusive com ocorrência de óbitos evitáveis”, alertou o presidente do SindMédico, Guttemberg Fialho.
Na avaliação da instituição, a situação do HRG é bem grave. Segundo o sindicato, médicos pediram exoneração devido à falta de condições do hospital.
Pelo diagnóstico da entidade, há risco de ocorrerem turnos de plantão sem clínicos ou emergencistas até mesmo para atuar nas salas vermelhas.
O SindMédico também recebeu imagens mostrando a situação crítica do HRG, ao longo das últimas semanas. A foto em destaque nesta reportagem é uma das enviadas ao sindicato como denúncia.
O SindiMédicos-DF foi informado sobre pacientes que passaram cinco dias sem receber prescrição médica. A entidade também afirma que acompanhantes invadiram a sala vermelha revoltados, ameaçando fisicamente o médico de plantão e dizendo que iriam processá-lo.
Alerta
Em 3 de agosto, o próprio corpo clínico enviou um ofício com o alerta sobre o caos na unidade para a Secretaria de Saúde. O documento foi revelado pela Coluna Grande Angular.
Segundo o sindicato, não houve resposta efetiva da pasta. O documento destaca o déficit de pessoal e a falta de insumos, inclusive do risco de contaminação cruzada entre pacientes, além da superlotação.
Para tratamento durante a pandemia de Covid-19, a unidade recebeu 13 novos médicos recentemente. Mais da metade pediu exoneração, por não suportar ou tolerar as péssimas condições de trabalho.
Segundo o documento, a unidade deveria contar com pelo menos 10 médicos por turno, sendo sete para o pronto-socorro e três para os internados. As escalas atuais contam apenas com um a três médicos para todo o HRG.
Diante da falta de profissionais, foram montadas escalas com desvio de função, denuncia o sindicato. A sobrecarga de atribuições agravou inclusive o absenteísmo dos servidores.
Confira o documento na íntegra:
HRG by Metropoles on Scribd
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde sobre a questão, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Caso a pasta deseje se manifestar, as respostas serão inseridas nesta reportagem.