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Dinheiro de caixa beneficente dos bombeiros pagou até flat em Caldas Novas. PCDF investiga fraude

Inquérito aberto pela Polícia Civil tem mais de 400 páginas de denúncias de desvios e apropriação indébita do dinheiro da Caben

atualizado

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Divulgação/CBMDF/Foto ilustrativa
Bombeiros
1 de 1 Bombeiros - Foto: Divulgação/CBMDF/Foto ilustrativa

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no âmbito da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), investiga denúncia de supostos crimes de furto qualificado, estelionato e apropriação indébita dentro da Caixa Beneficente dos Bombeiros do Distrito Federal (Caben-DF).

No inquérito policial, constam denúncia de 400 páginas, vídeos, registro de hospedagem sem nota fiscal e de construção de casa na Bahia, por membros da diretoria da Caben e do conselho deliberativo da entidade. A Caben tem cerca de 4 mil associados que pagam, mensalmente, R$ 150 para usufruir de benefícios como descontos em hospedagens, convênios e serviços.

As informações analisadas pela polícia, no entanto, são de pagamentos realizados de 2016 a 2019 em desconformidade com o estatuto da entidade. A suspeita é de que os desvios ou apropriações indevidas cheguem a R$ 250 mil.

Estão sendo investigados o atual presidente da instituição, Clauder Aguiar de Araújo; os diretores Jarbas Fonseca de Oliveira e Carlos Alberto dos Reis e Silva; e o ex-diretor Geraldo Andriola Pereira.

Tabela de pagamentos

Durante a investigação, os policiais encontraram uma tabela com pagamentos realizados para membros da diretoria e conselheiros, no decorrer dos meses de janeiro e dezembro de 2016.

Os gastos como hospedagem e compra de flats em Caldas Novas (GO), por exemplo, eram pagos com dinheiro da associação, sem nota fiscal ou comprovantes da necessidade dos dispêndios.

Há ainda nos documentos supostos pagamentos de revisão de carro comprado sem aprovação da assembleia e de 10 flats em um hotel em Caldas Novas, locação de apartamento de terceiros, despesas com veículo, com terreno e construção de pousada, pagamento do contador e obras na sede da Caben.

Na documentação colhida durante investigação e oitivas, não foram encontradas atas das assembleias gerais autorizando investimentos, orçamentos e comprovantes dos gastos realizados.

Viagens

Outros pontos analisados pela polícia são as viagens realizadas pela diretoria para Bahia, Rio de Janeiro e Caldas Novas, com diárias pagas pela instituição, visando a compra de imóveis. Porém, a diretoria ainda não conseguiu comprovar que teve autorização, em assembleia-geral, para adquirir casas e pousada nos diferentes estados.

Essa autorização é prevista pelo estatuto da Caben. De acordo com o documento, somente depois da aprovação a diretoria executiva poderia providenciar a viabilização do negócio com base no orçamento aprovado. Após o procedimento, as diárias da viagem poderiam ser pagas, mediante comprovação dos gastos dos beneficiários. O que ainda não foi comprovado no inquérito policial.

Essas viagens totalizaram gasto de R$ 28.086,05 para a instituição.

A Polícia Civil ouviu diversas pessoas no inquérito, mas ainda não concluiu a apuração, que compreende o período entre 2016 e 2019.

Por meio de nota, a Cabem se manifestou, no final da manhã desta terça-feira (1°/1). Veja o posicionamento da entidade na íntegra:

“Os fatos noticiados não correspondem à realidade, todas as alienações foram amparadas por autorização em assembleias e todos os atos praticados foram executados em estrito cumprimento ao Estatuto. Ressalta-se que a CABEN não foi intimada no suposto inquérito policial e não detém conhecimento do teor desta denúncia, mas contribuirá integralmente com a autoridade policial para a apuração dos fatos e provas, cônscio de sua idoneidade e ausência de prática de qualquer crime”.

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