Após protesto de catadores, Lula liga para Celina e oferece apoio
Cada trabalhador vive com R$ 250 por mês. Cooperativas estão afundadas em dívidas e não têm condições de pagar as contas operacionais
atualizado
Compartilhar notícia
Diante das imagens do protesto de catadores de materiais recicláveis por condições dignas de trabalho no Distrito Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Sila (PT) ligou para a governadora em exercício Celina Leão (PP) e ofereceu apoio do governo federal. Atualmente, cada trabalhador ganha por mês R$ 250.
Na quinta-feira (6/7), logo após os catadores queimarem pneus e bloquearem parte de via Estrutural, Lula ligou para Celina e pediu que o GDF recebesse os catadores. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), Márcio Macêdo, também telefonou.
Veja o protesto:
A SGPR coordena o Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadoras e Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC). Em reunião no Palácio do Buriti, na sexta-feira (7/7), com representantes das cooperativas, Celina solicitou que a pasta encaminhe ofício requisitando a adesão do DF ao programa Pró-Catador.
“Estamos aqui para prestar o apoio a esses trabalhadores. Pedimos também que o GDF assine o termo de adesão ao Pró-Catador, um programa guarda-chuva que pretende contemplar todas essas ações e projetos para a inclusão socioeconômica dos trabalhadores”, afirmou a secretária-executiva adjunta da SGPR, Tânia Oliveira.
O Pró-Catador é um programa guarda-chuva com ações e projetos para a inclusão socioeconômica dos trabalhadores. “Temos acompanhado de perto e com muitas preocupações essa problemática, que não é exclusiva aqui do DF, das grandes dificuldades que esses trabalhadores estão encontrando para realizar suas atividades”, destacou Tânia.
Durante a reunião, Celina determinou a criação de um grupo de trabalho para analisar a situação e as demandas dos catadores. Os trabalhos serão coordenados pelo chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha. O deputado distrital Gabriel Magno (PT) participou das negociações.
Rampa do Planalto
A presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop), Aline Sousa, subiu a rampa do Palácio do Planalto junto com o presidente Lula em 1º de janeiro, na posse presidencial.
Para a trabalhadora, a categoria não tem mais condições de assumir o custo operacional do serviço de reciclagem. “Ou a gente mantém essa estrutura para o governo do DF ´se sair bem na fita’, sendo considerada uma das mais modernas, ou a gente deixa de ter comida na mesa”, arrematou.
Dívidas impagáveis
De acordo com os catadores, além da baixa remuneração, as cooperativas estão mergulhadas dívidas e os custos de manutenção dos galpões ficaram “impagáveis”.
De acordo com os catadores, pelo contrato com o GDF e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), cada tonelada é remunerada com R$ 304. Os trabalhadores querem a revisão da contratação para o pagamento de R$ 600 para cada mil quilos. O aumento possibilitaria o pagamento de um salário mínimo para cada trabalhador.
Atualmente, as cooperativas pagam pelo complexo de triagem, o custo mensal é de R$ 290 mil. Mas, segundo os catadores, o GDF teria prometido no fechamento do Lixão da Estrutural que arcaria com a despesa. Pelas contas dos trabalhadores, a categoria amarga uma dívida de R$ 800 mil.
A Estrutural tem aproximadamente mil catadores, divididos em 22 cooperativas. Cerca de 300 integrantes de 15 instituições participaram do protesto.