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Dia de Finados: cemitérios do DF recebem milhares de brasilienses

Brasilienses acordaram cedo no Dia de Finados, celebrado neste sábado (2/11), para prestar homenagem aos entes queridos que já morreram

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VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Imagem colorida de cemitério do DF em um Dia de Finados
1 de 1 Imagem colorida de cemitério do DF em um Dia de Finados - Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Milhares de brasilienses visitam cemitérios do DF desde bem cedo neste sábado (2/11) de Dia de Finados, para prestar homenagens a pessoas queridas que já morreram. Em meio a muita fé e saudades, amigos e familiares levam flores, velas e cuidam dos locais como mais uma forma de recordar com carinho das pessoas falecidas.

A empregada doméstica Fátima Lúcia de Araújo Ferreira, 63 anos, saiu de São Sebastião para visitar o túmulo da sua filha, que faleceu em acidente de trânsito há quase 15 anos. “Em dezembro de 2009, a Karina tinha 20 anos. Era uma dançarina cheia de vida e saudável. Estava viajando e já ia chegando. O namorado dela foi dar preferência em um balão. Aí veio um caminhão desgovernado e pegou eles. Ele caiu para um lado e ela caiu para o outro. Foi fatal”, relembra.

Desde então, a mulher passou a visitar o cemitério Campo da Esperança (Asa Sul) em todos os feriados de Finados: “Muita gente acha que é besteira porque não vê ninguém. Mas, no meu pensamento, é uma forma de respeito e de carinho. […] A gente vem por esse sentimento de saudade. Uma mãe é mãe para o resto da vida, para sempre. No meu caso, tive quatro filhos contando com ela. Tem três comigo e uma partiu. Mas continuo sendo a mãe dela, isso eu não deixo de ser”, afirma.

Os cemitérios do DF abriram às 7h e a entrada de visitantes é permitida até as 18h. O encerramento das atividades ocorrerá às 19h. Fábio Souza Ribeiro, 45 anos, acordou no início da manhã para sair do Paranoá, por meio de ônibus e metrô, e homenagear seu irmão, primo e padrasto na Asa Sul. Para ele, o esforço vale a pena para lembrar e mostrar respeito por essas pessoas importantes em sua vida, especialmente seu irmão e primo, com quem foi criado desde pequeno.

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Fátima Lúcia de Araújo Ferreira, 63 anos
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Fábio Souza Ribeiro, 45 anos
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Fábio Souza Ribeiro, 45 anos

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O fluxo de pessoas no cemitério de Taguatinga era maior no final da manhã. Moradora da cidade, Márcia Gonçalves Silva, 46, trouxe a mãe para visitarem juntas, na unidade próxima, o pai que morreu em 2022. Juntas, elas mexiam na terra para retirar o mato que crescia no local e também limpavam o túmulo.

“A gente cuida com carinho, porque se eles estivessem vivos, seria da mesma forma que a gente faria. A saudade não para. É como se a gente de fato estivesse visitando a pessoa, né? Dando um oi, perguntando como é que você tá, rezando. Faz muita falta”, diz ela.

Expectativa é de 600 mil visitantes

A Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), responsável por coordenar a concessão dos cemitérios do Distrito Federal, estima que mais de 600 mil pessoas passarão pelas seis unidades de sepultamento locais no Dia de Finados, neste sábado (2/11). Nos locais, o órgão oferece, em tendas ao lado das administrações, atendimentos com psicólogos, orientações e serviços de ouvidoria. As unidades seguirão com os portões abertos das 7h às 19h.

A secretaria também disponibilizará vans para circulação nos cemitérios da Asa Sul, do Gama, de Taguatinga e de Sobradinho. A Ouvidoria da Sejus-DF atuará, ainda, para registrar reclamações, denúncias e sugestões do público, com distribuição de cartilhas e tabelas de preços.

Movimentação

A comerciante Maria Aparecida, de 77 anos, possui uma floricultura próximo ao cemitério da Asa Sul há quase 50 anos. Ela observa uma significativa diminuição no movimento de vendas ao longo dos anos, especialmente em comparação ao passado e em relação ao mesmo período no ano anterior. A idosa descreve que, embora a venda de flores para o Dia de Finados tenha sido um ponto alto no passado, atualmente, as vendas estão muito fracas.

“Nossa, cada ano que passa é uma decepção. Ainda tem aquele pessoal que fica lá no portão vendendo também, que não paga imposto e nem nada. Isso atrapalha muita gente, principalmente nessas épocas assim. Há muitos anos Finados já foi muito bom. Hoje está muito parado, fraco demais”, afirma a mulher. Ela garante que vai trabalhar até as 18h neste sábado.

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Maria Aparecida, de 77 anos,
Movimento do comércio do Dia de Finados na Asa Sul
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Maria sempre teve paixão pelo comércio e começou a trabalhar com flores por volta dos anos 1960, enfrentando muitos desafios, mas agora passou a administração para sua filha. Ainda assim, a mulher expressa gratidão pelas conquistas na vida: “A gente não escolhe o que a gente quer fazer, mas eu tive essa bênção de escolher o que eu gosto de fazer. E eu amo. Amo falar com gente, conversar, eu adoro”.

Nas unidades de Asa Sul, Taguatinga, Gama e Sobradinho, é permitida somente a entrada de veículos com autorização de vaga especial para idoso, pessoa com deficiência ou pessoa autista. Os carros não podem entrar nos cemitérios de Planaltina e Brazlândia. Velórios e sepultamentos ocorreram normalmente neste 2 de novembro.

De acordo com o Campo da Esperança, que administra os cemitérios, em todos os locais houve aumento no número de terminais e de atendentes no feriado. Serão 17 terminais e 27 atendentes extras para reforçar o trabalho, além de 170 funcionários da empresa, que permanecerão nos cemitérios durante todo o dia.

Devido ao feriado, os cemitérios do DF estão sendo fortemente policiados pelos órgãos de segurança e trânsito. As ações afetam o tráfego para garantir uma melhor fluidez durante o dia.

A segurança dos cemitérios nas regiões administrativas ficam sob os cuidados da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O policiamento é feito nas imediações das unidades e com pontos fixos para pronto emprego nos locais, que começaram a funcionar a partir das 6h.

Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) deixou viaturas nos estacionamentos para facilitar os atendimentos, caso haja necessidade. É preciso ligar para o 193 em casos de emergência.

Trânsito

O trânsito próximo ao cemitério da Asa Sul sofre alterações durante o sábado. A entrada para pedestres é feita pelo portão principal da unidade – ao lado do templo da Legião da Boa Vontade (LBV) ー , por um dos portões em frente ao Setor Policial, próximo à parada de ônibus e, ainda, pelo portão em frente ao estacionamento 6 do Parque da Cidade.

O balão em frente ao cemitério ficou fechado e houve policiamento coordenando a travessia de pedestres e o fluxo de trânsito. A via W5 Sul tem trânsito em sentido único do balão da entrada do cemitério até o acesso à Estrada Parque Polícia Militar (EPPM). Entre o balão do cemitério e do Edifício Talento na 714 Sul, a via W5 Sul funciona nos dois sentidos da via.

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Trânsito no Dia de Finados na Asa Sul
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Trânsito no Dia de Finados na Asa Sul

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Trânsito no Dia de Finados na Asa Sul

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Os retornos na altura do Setor Hospitalar estão fechados. Para acessar o cemitério, o motorista que estiver na EPPM deverá retornar no viaduto da W3 Sul e subir na via interna do Setor Hospitalar Sul (SHS), ao lado do Hospital Santa Lúcia. O acesso à via W5 Sul pela EPPM está bloqueado e a via entre o cemitério e a EPPM estará em sentido único. Vale lembrar que o Setor Policial passa por obras.

As equipes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) estão nas imediações dos cemitérios de Brazlândia, Planaltina, Sobradinho II e Taguatinga a fim de garantir segurança à população que fará a visita aos túmulos. Para isso, os agentes de trânsito atuarão durante todo o dia, das 7h às 19h, para auxiliar na travessia de pedestres, controlar o tráfego de veículos e fiscalizar a prática de estacionamento irregular.

O controle de acesso aos cemitérios será feito por funcionários da empresa administradora, mas para acessar as áreas reservadas a portadores de mobilidade reduzida, os condutores terão que portar as credenciais de idoso, de deficiente ou de autista emitidas pelo Detran-DF.

Em Brazlândia, foram colocados cones ao longo de toda a via de acesso ao cemitério para evitar que veículos sejam estacionados ao longo da via. A medida é necessária para garantir a fluidez do trânsito na entrada e saída dos estacionamentos externos e mais segurança aos pedestres na entrada e saída do cemitério.

Como o cemitério de Brazlândia não dispõe de estacionamento interno, o Detran-DF orienta que os condutores busquem estacionar em local apropriado, nas quadras próximas. Vendedores ambulantes poderão ficar às margens da via de acesso, sem ocupar a faixa de rolamento.

Já em Sobradinho II, uma área em frente ao cemitério foi destinada ao estacionamento de deficientes e idosos. O Detran-DF colocará painéis móveis ao longo da via indicando os acostamentos que estarão liberados para estacionar.

Os agentes atuarão no controle do tráfego, auxílio na travessia de pedestres e implantação de redutores de velocidade, além de coibir estacionamento irregular, como no gramado, por exemplo.

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