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DF: Tribunal de Contas denuncia descontrole na bilheteria do Zoo

Segundo auditoria, Zoológico de Brasília não tem controle das entradas e saídas de visitantes desde 2013 até agosto de 2019

atualizado

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Andre Borges/Especial para o Metrópoles
Zoo
1 de 1 Zoo - Foto: Andre Borges/Especial para o Metrópoles

Sem conseguir pagar as próprias contas, o Zoológico de Brasília não tem o controle da entrada e saída de visitantes. Segundo auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), a bilhetagem apresentou falhas graves. Além do descontrole de caixa, desde 2018, mortes de animais selvagens abalaram a imagem do lugar.

Inicialmente a auditoria analisou o Zoo entre 2016 e 2017, mas flagrou falhas desde 2013 até agosto de 2019. Ou seja, o descontrole passou pelos governos dos ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), chegando na atual administração, do governador Ibaneis Rocha (MDB).

O corpo técnico do órgão de controle externo identificou catracas e cancelas quebradas, fragilidades no programa de bilhetagem e falta de mecanismo de proteção do sistema contra descargas elétricas. Também apontou concessões de uso das áreas do Zoo sem prévio estabelecimento de requisitos para a escolha e sem a publicação da intenção pública em transferir a gestão dos espaços.

“Não há controle confiável da quantidade de tíquetes de acesso comercializados, em que pese a existência do sistema ‘Society-Software Para Clubes’ para registrar e emitir os bilhetes vendidos. Em consequência, são frequentes as sobras de dinheiro nos caixas, decorrentes de registro a menor das vendas de ingressos”, denunciou o Tribunal de Contas.

“Além disso, encontraram-se falhas decorrentes do cancelamento de vendas no relatório ‘Movimento de Caixa’, gerado pelo software. Esses cancelamentos são registrados como se fossem novas receitas, criando faturamento fictício”, pontou o corpo técnico. Em outras palavras, as falhas permitiram a apresentação de arrecadação “inexistente”.

Em uma vistoria na catraca de entrada nº 1, as auditorias verificaram o o registro de 28.537 entradas, mas o número de saídas foi de aproximadamente 21.880.

Números não batem

“Na data de 6 de janeiro de 2017, verificou-se divergência entre o montante contabilizado e o constante do referido software. Neste, o montante registrado foi de R$ 31.990,00, enquanto o contabilizado foi de R$ 12.530,00, acrescido de uma sobra de dinheiro nos caixas de R$ 1.150,00”, acrescentou o corpo técnico.

Ao longo da auditoria, o TCDF descobriu que parte das falhas foi gerada após a queda de um raio. Mas, após o incidente, nenhuma medida de proteção foi adotada.

Em julho de 2018, o TCDF cobrou soluções do Governo do Distrito Federal (GDF). O Zoológico de Brasília substituiu o software da bilhetagem e informou medidas para regularizar as concessões. No entanto, de acordo com os auditores, não foram apresentadas respostas para os demais problemas.

Por isso, a Corte de Contas decidiu cobrar soluções novamente e, ainda, vai fiscalizar a efetividade das medidas adotadas até o momento.

Dependência

O Zoológico de Brasília depende de subsídios do GDF para ficar de portas abertas. Nas férias, a arrecadação mensal da bilheteria varia entre R$ 395 mil e R$ 480 mil. Nos demais meses, o caixa recebe valores médios de R$ 160 mil até R$ 260 mil. No entanto, o custo de operação por mês é de R$ 1.726.000. Nesse contexto, a gestão Rollemberg chegou a cogitar a privatização do Zoo.

Entre janeiro e outubro de 2019, o local arrecadou na bilheteira R$ 2.613.277,94. No final de outubro, por exemplo, o GDF remanejou R$ 3,4 milhões para o Zoológico de Brasília pagar as contas.

Neste ano, morreram no Zoo o antílope africano Vingador Júnior e o casal de tigres brancos gêmeos, Dandy e Maya. Em 2018, faleceram a ádax fêmea Gaia, o elefante Babu e a girafa Yvelise.

Outro lado

A Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) vai instaurar processo administrativo disciplinar (PAD) para investigar o caso. Segundo o Zoológico de Brasília, medidas foram tomadas para garantir segurança e controle, on-line e instantâneo, de todas as transações feitas na bilheteria. Câmeras de monitoramento foram instaladas. Além disso, o Zoo trocou bilheteiros e a equipe da tesouraria.

“O Zoológico informa ainda que várias recintos passaram por manutenção, como reposição de telas e pinturas. Além disso, houve assinatura de contrato com empresa para reforma e demais reparos na área do Zoológico. Também foram instalados bretes de treinamento nos recintos da girafa, hipopótamo e elefante; e fizemos vazio sanitário e controle de ectoparasitas por setores”, completou o GDF em nota.

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