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DF: tráfico funcionava como empresa; tinha até comissão por venda

Megaoperação descobre que quadrilhas agenciavam vendas em troca de comissões e porcentagens. Trinta e duas pessoas foram presas

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1 de 1 Megaoperacao-PCDF - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

A Operação Efeito Dominó, realizada em parceria entre a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), cumpriu 41 mandos de prisão e 57 de busca e apreensão nesta quinta-feira (17/10/2019). O objetivo é atacar o tráfico de drogas na capital e no Entorno. A operação descobriu a forma como os criminosos agiam para o comércio ilegal. De acordo com o promotor Luiz Humberto de Oliveira, eles adotavam uma “lógica de mercado”.

“Uma novidade que nos chamou atenção é que algumas organizações utilizavam métodos usados por empresas colaborativas. Elas agenciavam vendas de associados em troca de comissões e porcentagens em cima da venda”, apontou o promotor.

A megaoperação levou para a cadeia 32 presos e agiu em endereços de Valparaíso, Formosa, Cidade Ocidental, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Ceilândia e Samambaia. A PCDF encontrou desde armas a grande quantidade de cocaína, maconha e dinheiro em espécie. Segundo o balanço dos investigadores, foram apreendidos mais de R$ 60 mil.

Entre os armamentos apreendidos estão: pistolas 9 milímetros e calibre .380; revólver calibre .38; e uma Beretta M12 – pistola-metralhadora criada para uso do exército italiano em 1961.

Facções

As investigações apontam que a quadrilha usava adolescentes para distribuir substâncias ilícitas. As drogas eram fornecidas pela facção criminosa conhecida como Comboio do Cão (CDC) e do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em agosto, o grupo foi alvo de operação da Polícia Civil. O bando, que não está ligado a outras facções – como Comando Vermelho e PCC –, é acusado de ter matado mais de 30 pessoas nos últimos anos.

As investigações sobre o grupo de traficantes se iniciaram em março de 2019, quando dois suspeitos foram presos e tiveram os celulares apreendidos. A análise dos aparelhos demonstrou atividade de comércio de entorpecentes complexa e organizada, com fornecedores, atacadistas e varejistas, uma atuação em rede.

O inquérito foi instaurado na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), mas as ações acabaram se expandindo para todas as unidades do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), diretoria responsável por coordenar as delegacias que funcionam nas regiões administrativas.

Devido à grande quantidade de presos pela força-tarefa, que é considerada uma das maiores já feitas pela PCDF, os criminosos serão levados para a 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires).

Imagens da operação:

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Megaoperação deflagrada pela PCDF e pelo MP cumpriu 98 mandados
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Cofre apreendido durante a megaoperação tinha arma dentro

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Megaoperação deflagrada pela PCDF e pelo MP cumpriu 98 mandados

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Facção criminosa

O Comboio do Cão surgiu no Recanto das Emas, mas expandiu a atuação para Santa Maria e Gama. Após operação da PCDF, o Ministério Público denunciou 49 integrantes da facção criminosa. Além de tráfico e homicídios, o grupo é acusado de rufianismo e roubos diversos. O bando agia, inclusive, dentro de presídios.

“Trata-se de organização criminosa em franco crescimento no Distrito Federal. A Operação Rosário (da PCDF) representa um duro golpe na sua capacidade de articulação. Espera-se que a prisão dos principais líderes e executores dê segurança às cidades de sua atuação e, especialmente, estimule as testemunhas dos crimes a comparecer perante a Justiça, colaborando para que os culpados sejam efetivamente punidos”, reforçam os promotores de Justiça da força-tarefa.

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