DF tem o janeiro com mais homicídios dos últimos 4 anos
Ao todo, foram 39 assassinatos nos primeiros 31 dias do ano, configurando aumento de 34% em relação ao mesmo período de 2020
atualizado
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O começo de 2021 ficou marcado por um aumento considerável no número de homicídios no Distrito Federal. Ao todo, 39 pessoas morreram assassinadas em janeiro, o maior registro desde 2017.
O dado revela acréscimo de 34% em relação ao mesmo mês de 2020, quando 29 pessoas acabaram mortas. Em 2019, foram 33 casos registrados e, em 2018, 37.
Uma das ocorrências de destaque durante o mês em questão foi a execução de um homem de 54 anos na Feira do Produtor do Paranoá. O crime teria sido encomendado por ciganos rivais da família alvo dos disparos. Outras três pessoas ficaram feridas.
Outro acerto de contas em janeiro ocorreu em Planaltina. Paulo Matheus Araújo Elias da Silva, 26 anos, foi encontrado com várias marcas de tiro no tórax. Nas redes sociais, circulava um áudio no qual o responsável pelo crime deixava claro que iria matar a vítima.
Para o especialista em segurança pública e professor de direito penal do Ceub Julio Hott, um aumento grande como esse de um ano para o outro merece atenção por parte das forças de segurança. “É preciso ter uma observação em cima desse dado para evitar que tenhamos uma volta da escalada de homicídios, como entre 2013 e 2015”, explica. Nessa época, o DF chegava a ultrapassar 60 homicídios em alguns meses.
Segundo ele, no entanto, é possível que essa quantidade seja reflexo do longo período de isolamento pelo qual a população passa. “No começo da pandemia, com menos pessoas andando nas ruas, tivemos a diminuição desse crime, que é movido muito por sentimentos de ódio, amor, vingança. Como agora as pessoas já estão voltando a circular normalmente, a tendência é que aumente mesmo”, opina.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) ressaltou que “em 2019 e 2020 o Distrito Federal atingiu marcas históricas de redução de vítimas de homicídio, com as menores taxas desse crime em 35 e 41 anos, respectivamente”.
A pasta ainda lembrou que “a Polícia Civil do DF é destaque nacional na elucidação de crimes violentos contra a vida”, com 94% dos autores identificados em janeiro deste ano. “A identificação e prisão dos autores são importantes para que não haja recorrência”, disse. Segundo a SSP, 72% das vítimas de homicídio têm antecedentes criminais.
Para melhorar os números, a secretaria lembra que “implementou o programa DF mais Seguro, que prevê medidas específicas em cada região administrativa do DF, de acordo com as características de cada local”.
Outro exemplo dado foi a “Operação 5º Mandamento, composta por ações que integram forças da segurança pública e outros órgãos do governo com o foco na redução do porte ilegal de armas e o tráfico de drogas, crimes que estão relacionados com os homicídios”.