DF tem mais PMs e menos professores candidatos nas eleições de 2022
Na comparação entre as eleições de 2018 e deste ano, o número de candidaturas de policiais militares aumentou, e o de professores diminuiu
atualizado
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O Distrito Federal terá mais policiais militares e menos professores concorrendo nas eleições deste ano, em comparação ao número de candidatos registrados nessas profissões em 2018. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram a diferença entre os dois pleitos.
Em 2018, a Polícia Militar do DF (PMDF) tinha 31 candidatos; neste ano, são 43 — sem contar outros profissionais da área de segurança pública, como policiais civis, bombeiros e militares reformados.
Já em relação aos professores, a quantidade de candidatos caiu de 78 para 53 — o menor número desde 2010. A categoria soma os aspirantes à carreira política que atuam nos ensinos fundamental, médio, superior e profissional.
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Análise
O cientista político Nauê Azevedo considera que há uma relação entre a atual gestão do governo federal e o aumento de policiais nas eleições. O profissional, entretanto, ressalta que essa escalada está em construção já há alguns anos.
“Não consigo descartar uma relação com o [Jair] Bolsonaro, que sempre acenou muito para essa parcela da população, já que é uma das suas bases de poder. Mas temos um movimento ensaiado há algum tempo e foi muito bem executado em 2018. Agora, vai subindo mais”, avalia o especialista.
Quantos aos professores, Nauê acredita que a queda de representantes pode se explicar pela dificuldade de financiamento. “A campanha em si já é algo caro. Temos o contexto de pré-campanha, mobilização de bases, entre outras coisas. E são coisas que podem estar fora do alcance da maioria dos professores. Por isso, já dentro dos partidos, fica difícil que essa categoria consiga avançar dentro da vida política.”
Outras ocupações
Também em comparação com 2018, outra profissão que teve queda no número de candidatos foi a de médico. Neste ano, nove representantes da área da Saúde concorrem a um cargo público; no último pleito, eram 13.
Entre os empresários – categoria que, neste ano, soma o maior número de participantes –, há 114 representantes. Em seguida, aparecem advogados, com 67 pessoas no pleito. O número total de candidatos é o menor das últimas três eleições. Em 2018, o TSE recebeu mais de 1,2 mil pedidos de candidaturas. Em 2014 foram 1.201 e, em 2010, 1.062. Em 2022, 872 brasileiros tentam entrar ou se manter na vida pública por meio do pleito eleitoral.