DF tem cinco casos suspeitos de coronavírus em investigação
Até agora, os exames não confirmaram nenhum caso da doença no Distrito Federal
atualizado
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A Saúde do Distrito Federal investiga cinco casos suspeitos de coronavírus. Não há nenhuma confirmação positiva, segundo as autoridades locais. Para enfrentar a situação, que causa alarme em todo o mundo, o GDF montou o Plano de Contingência para a Epidemia da Doença e vai lançar um Centro de Operações de Emergência (COE). A composição do grupo deve ser publicada por meio de portaria nesta quinta-feira (27/02/2020).
Ao todo, foram investigados 22 casos no DF. Desses, 17 foram excluídos. Dois pacientes com suspeita da doença estão no sétimo andar do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), um é acompanhado por especialistas da rede particular de saúde e outros dois estão em domicílio. Fora o caso do Hospital Santa Lúcia, os demais que seguem internados passaram pela Itália, país que já registrou ao menos 10 mortes pela doença.
O homem que está no Santa Lúcia da Asa Norte aguarda resultados de exames. Ele visitou a Austrália, um dos 16 países com incidência da doença. Deu entrada na unidade de saúde nessa terça-feira (25/02/2020) com os sintomas da doença.
Um primeiro exame foi realizado no hospital. O procedimento, chamado de Filmarray, detecta qual vírus infectou o paciente. O resultado fica pronto em até três horas. No caso do brasiliense, o exame não identificou nenhum vírus conhecido.
Com isso, há, ainda, a possibilidade de detectar o Covid-19 (coronavírus). Um outro exame, mais específico, está sendo realizado em São Paulo. O resultado, entretanto, ainda não saiu. O prazo é de até 48 horas, a depender do laboratório. A partir da resposta, caso seja positiva, o Ministério da Saúde fará uma contraprova, que confirma ou descarta, oficialmente, o diagnóstico. O paciente está consciente e apresenta melhoras no estado clínico.
Outro caso provável de coronavírus foi descartado nesta quinta. Uma paciente que estava internada no Hospital Home, da Asa Sul, teve alta nesta madrugada. A garota e a mãe, que também chegou a apresentar sintomas da doença, viajaram recentemente para a Itália.
O Metrópoles apurou que, na manhã desta quinta-feira (27/02/2020), o filho do piloto que foi buscar os brasileiros que ficaram em quarentena após desembarcarem da China procurou a unidade do Santa Lúcia da Asa Sul com sintomas da doença. O caso, que foi descartado por volta das 13h, não foi considerado nas estatísticas divulgadas pela Saúde.
DF em alerta
A confirmação de um caso da doença no Brasil deixou a capital do país em alerta. Conforme antecipou o Metrópoles, três hospitais da rede pública estão preparados para receber pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado para contaminação pelo coronavírus.
“Estamos nos empenhando para que a gente possa acompanhar de perto todos os casos suspeitos e para fazermos relatórios diários, administrando e divulgando os dados diariamente”, disse o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, em coletiva à imprensa.
Também durante o encontro, a secretaria informou que um brasiliense estava no mesmo avião que chegou da Itália com o paciente de São Paulo portador da doença. No entanto, ele foi avaliado e a pasta descartou a suspeita.
Além do Hran, considerado referência para atendimentos à população local, o Hospital de Base (HBDF) e o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) têm protocolo específico para o tratamento de casos notificados pela Secretaria de Saúde, a depender da vulnerabilidade do paciente.
Outra medida é proibir a doação de sangue de quem tenha viajado para países endêmicos, como China e Itália, nos últimos 30 dias. Em outras frentes, como no transporte público, o Metrô-DF quer a instalação de equipamentos com álcool em gel nas estações.
De acordo com o Plano de Contingência para a Epidemia da Doença, criado pela pasta em fevereiro e obtido pelo Metrópoles em primeira mão, as unidades receberão pacientes a partir do quadro clínico. No caso de crianças ou adolescentes até 14 anos e grávidas, por exemplo, o Hmib será o hospital de referência para o diagnóstico e o tratamento do novo vírus.
O Hospital de Base ficará responsável pelo acolhimento de pessoas com sintomas mais graves e das chamadas imunossuprimidas – em tratamento de HIV/Aids, de câncer do sangue, gânglios ou ínguas e ainda daqueles que fazem uso de corticoesteróides em doses que possam reduzir reações imunológicas.
“A gente não tem razão nenhuma para ter pânico. Temos hospitais de referência. O plano de contingência é público. Até o momento não temos nenhum caso confirmado. Tivemos alguns casos suspeitos do coronavírus, mas que já foram excluídos do quadro”, disse Ricardo Tavares Mendes, secretário adjunto de Assistência à Saúde.
De acordo com o governo, todos os hospitais da rede têm leito de isolamento.
Saiba como se prevenir
- Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
- Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
- Usar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir o nariz e a boca ao espirrar e tossir;
- Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter ambientes bem ventilados;
- Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
O plano elaborado pela Saúde ainda estabelece que os casos suspeitos sem sinais de gravidade poderão ser encaminhados para isolamento domiciliar. Ficam enquadrados nesse perfil os doentes que não apresentarem problemas respiratórios (dispneia) e desidratação, por exemplo. Eles poderão se recuperar em casa, desde que os exames tenham sido realizados e a Vigilância Epidemiológica tenha autorizado alta hospitalar.
Segundo a secretaria, nesse caso específico, a locomoção para a casa do paciente com suspeita de contaminação do vírus deverá ser feita com transporte sanitário e monitorada por especialistas para orientação dos familiares.
O acompanhamento da evolução do caso se dará pela Atenção Primária de Saúde (APS), cujos profissionais receberão treinamento adequado quanto ao uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e manejo clínico. “Os profissionais da APS poderão reencaminhar os pacientes para as unidades de referência, caso haja piora na evolução clínica”, ressalva.
No país, 20 casos são investigados. Em São Paulo, um caso foi confirmado.