DF tem a população carcerária mais analfabeta do país, diz IBGE
Recorte do Censo 2022, divulgado pelo IBGE, mostra que no DF a população carcerária tem uma taxa de analfabetismo de 24,3%
atualizado
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O Distrito Federal tem a população carcerária mais analfabeta do país. Os custodiados em presídios da capital federal apresentam uma taxa de 24,3% de analfabetos — índice muito maior que a taxa nacional de 6,6% e acima de todas as outras Unidades da Federação.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta sexta-feira (6/9).
O recorte do Censo 2022 mostra que as penitenciárias e centros de detenção são considerados “domicílios coletivos” e abrigam 16,1 mil pessoas na capital federal. O número corresponde a 75% do total de moradores de domicílios coletivos e a 0,6% do total da população brasiliense.
A maioria dos detidos — 95,3% — é homem, sendo a faixa etária mais comum a de 20 a 29 anos, representando 39,5%. Em seguida, há a faixa de 30 a 39 anos, com 33,1%.
Casas sem moradores
Domicílios vagos ou de uso ocasional são definidos pelo IBGE como aqueles que são particulares, mas não contam com moradores permanentes.
No Distrito Federal, o Censo de 2022 estimou que existam 33,8 mil estruturas residenciais utilizadas esporadicamente, ou seja, sem ser residência principal.
Já aquelas que estavam sem moradores em nenhum momento chegaram a 148,9 mil.
População do DF
Segundo a pesquisa, a capital federal tem 2.817.068 habitantes, o que representa um aumento de 246.908 pessoas ─ ou 9,6% ─ entre 2010 e 2022. Em nível nacional, a variação foi de 6,5%.
Em comparação com outros municípios, a capital federal concentra o terceiro maior contingente populacional do país, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, com aproximadamente 11,4 milhões e 6,2 milhões de pessoas, respectivamente.
O que diz a Seape
Cerca de 16 horas após a matéria ser publicada, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (SEAPE/DF) enviou novos números em relação ao analfabetismo da população carcerária.
Segundo a pasta, utilizando dados do Sistema de Informações Penitenciárias (Sisdepen) da Secretaria Nacional de Políticas Penais, a taxa de analfabetismo era de 1,2% em 2022.
“Em 2024, com uma população carcerária de 28.275 indivíduos, o número de analfabetos caiu para 221, reduzindo a taxa para 0,75%”, disse a pasta.
“As secretarias responsáveis pela educação dos custodiados oferecem turmas de alfabetização em todas as unidades prisionais, mas a demanda tem diminuído ao longo dos anos. Essa diminuição nos índices de analfabetismo pode ser atribuída à implementação de uma política de alfabetização contínua pela SEE/DF, que aborda a alfabetização desde a primeira infância. Essa política tem contribuído para a redução geral dos índices de analfabetismo no DF, posicionando o estado em segundo lugar no ranking nacional de alfabetização, o que também se reflete positivamente nos custodiados do sistema prisional do DF”, completa a nota.