DF tem 3 mil pessoas na fila por exame que ajuda a detectar câncer
Alguns pacientes esperam para fazer a colonoscopia desde 2019. Demora levou a Defensoria Pública a ajuizar ação cobrando celeridade
atualizado
Compartilhar notícia
Desde março de 2019 pacientes aguardam na fila pelo exame de colonoscopia na rede pública do Distrito Federal. Na segunda-feira (31/5), 3.079 pessoas esperavam a vez para fazer o procedimento necessário na prevenção e combate ao câncer.
A Defensoria Pública do DF (DPDF) ajuizou ação no Tribunal de Justiça do DF e Territórios dos (TJDFT) cobrando da Secretária de Saúde medidas para que o problema seja sanado.
A aposentada Raimunda do Nascimento Torres, de 63 anos, está na fila deste o começo de 2021. “No início, eu fiquei muito apavorada”, contou. Exames registraram sangramento nas fezes e o diangóstico é importante para saber que tipo de tratamento seguir.
Mas Diante dos valores cobrados pelo mercado, na casa de R$ 1,2 mil, ela buscou a rede pública. Contudo, após semanas sem resposta do Sistema Único de Saúde (SUS), Raimunda denunciou a lentidão à DPDF. “É difícil. Tem muita gente esperando”, desabafou.
Demora excessiva
Segundo o coordenador do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do DF, Ramiro Sant’ana, o exame de colonoscopia é, em regra geral, um procedimento eletivo e pode ser agendado com algum tempo de espera.
“A demora excessiva para sua realização, contudo, impede o diagnóstico e tratamento precoce de lesões cancerígenas ou pré-cancerígenas”, alertou.
Leia a ação completa:
Petição – ACP Colonoscopia by Metropoles on Scribd
Na ação, a DPDF sugere multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. “Reduzir o elevado tempo de espera atualmente existente é o objetivo principal desta ação coletiva ajuizada pela Defensoria Pública do DF”, pontuou.
Entenda
A rede tem média 500 vagas possíveis por mês para o exame de colonoscopia e o tempo é um fator determinante em casos graves.
“A perpetuação do atual quadro expõe a risco número significativo de vidas e coloca em xeque o fluxo de atendimento entre as unidades hospitalares do SUS, além de impor a rápida multiplicação de ações judiciais individuais”, destacou a DPDF.
A partir do exame é possível visualizar diretamente a parede do intestino. Além disso, os profissionais de saúde podem fazer biópsias e remover pólipos e lesões suspeitas.
Outro lado
Segundo nota da Secretaria de Saúde, o Complexo Regulador em Saúde do DF regula a demanda de acordo com a oferta, priorizando os pacientes em situação mais urgente.
Leia a nota da pasta na íntegra:
“A Secretaria de Saúde informa que o Complexo Regulador em Saúde do Distrito Federal realiza a regulação da demanda de acordo com a oferta de vagas na rede e priorizando o atendimento aos pacientes que necessitam atendimento imediato. No momento existem 3.079 solicitações inseridas no sistema, das quais três correspondem ao atendimento de prioridade zero, ou seja, que necessita atendimento imediato, sendo a inserção mais antiga de hoje, 31/05″.