metropoles.com

DF registrou quatro homicídios de detentos dentro das prisões em 2024

O detento Adriel Carvalho, 37, morreu após ser espancado na Papuda. Caso é o quarto homicídio dentro ou nas imediações das prisões do DF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Papuda - Metrópoles
1 de 1 Papuda - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O detento Adriel Carvalho da Silva, de 37 anos, morreu após ser espancado por um companheiro de cela na Penitenciária II do Complexo Penitenciário da Papuda, durante a tarde dessa quarta-feira (14/02). O caso é o quarto homicídio cometido dentro ou nas imediações das unidades prisionais do Distrito Federal em 2024.

Os policiais retiraram Adriel da cela e solicitaram o atendimento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Os militares chegaram por volta das 19h50 e encaminharam a vítima ao Hospital de Base de Brasília (HBB), onde permaneceu internado até a morte.

Fabrício Martins de Oliveira, de 31 anos, e André da Silva Lopes, 26 anos, são outros presos que foram espancados e mortos por outros custodiados. O primeiro veio a óbito depois de levar um “mata-leão” na noite de 24 de janeiro, e André sofreu morte cerebral após ter a cabeça esmagada por um lutador de MMA com 40 socos.

Além deles, há o caso de Dielson Alves, de 43 anos, preso do semiaberto do sistema penitenciário do DF que foi morto a tiros ao deixar a cadeia, galpão do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), por volta das 5h30 de 9 de fevereiro.

Redução de riscos

Cássio Thyone, membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), reflete que o tema é complicado e exige reflexões sobre o próprio sistema penal brasilieiro e o encarceramento no país.

“É claro que se o Estado conseguir fazer uma boa triagem entre os presos, conhecer o preso a ponto de evitar que eles sejam colocados em locais mais perigosos. O risco zero de que aconteçam essas mortes, eu acho que não existe. Então, acho que o que dá pra dizer, é que se você tiver com um número considerado acima do esperado, isso deve servir de alerta pra quem é gestor das penitenciárias”, afirma.

Para o especialista, de maneira geral, o excesso de presos além da capacidade é um fator que aumenta o risco de homicídios, lesões corporais e até rebeliões. Além disso, seria fundamental ter um controle da entrada de itens proibidos, como drogas e celulares, nas unidades prisionais para reduzir a ocorrência de crimes violentos dentro desses espaços.

“Você ter uma população carcerária que excede o previsto para aquele estabelecimento é também um fator de risco bem maior para o policial penal. Ele vai estar lidando com um nível de estresse também potencialmente maior do que ele lidaria se tivesse condições normais de número de presos”, aponta Cássio Thyone.

O sistema prisional deve cumprir papéis como o de ressocialização e reeducação do preso a fim de evitar a reincidência dos crimes. O membro do FBSP explica que refletir sobre as correções no sistema como um todo é mais importante do que se é necessário mais investimento orçamentário. “Fundamental que seja mais eficiente. Isso significa gastar o necessário onde tem que se gastar, mas de forma efetiva”, completa.

Posicionamento

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) para ter acesso a um posicionamento. Não houve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?