metropoles.com

DF: reajuste da Polícia Civil trava na Esplanada e tensiona categoria

Um mês após proposta ser levada ao governo federal, tema ainda engatinha. Como Previdência é prioridade, outros assuntos são preteridos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Greve policia civil –  Brasília(DF), 16/08/2016
1 de 1 Greve policia civil – Brasília(DF), 16/08/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A mensagem presidencial que precisa ser enviada ao Congresso para que os parlamentares decidam sobre o reajuste salarial de 37% da Polícia Civil do Distrito Federal travou na burocracia do Ministério da Economia. Para agravar a situação, como os esforços do governo federal estão voltados para a reforma da Previdência, não há clima político sequer para encaminhar a proposta, que prevê a paridade das polícias Civil e Federal. A realidade já preocupa agentes e delegados e ao menos uma das categorias não descarta manifestações na Esplanada dos Ministérios.

“Estamos preocupados. Precisamos de uma posição do governo federal, uma definição a respeito disso. Não é só a carreira das Forças Armadas que ficou 10 anos sem uma reestruturação, nós também estamos”, destacou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da capital (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, o Gaúcho.

Para o dirigente sindical, a questão precisa ser resolvida via canais políticos. Ele reconhece o empenho do governador Ibaneis Rocha (MDB) em cumprir a promessa de campanha, mas quer ver resultados. “Estamos acompanhando cada passo. Não estão descartadas manifestações e passeatas na Esplanada para reivindicarmos nossos direitos”, completou.

Passado pouco mais de um mês desde que Ibaneis entregou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o texto do projeto que viabiliza a paridade, a tramitação pouco caminhou. Naquela reunião, em 26 de fevereiro deste ano, o ministro estranhou o alto percentual de reajuste. Desde então, o tema – que passou a ser chamado de Processo n° 12100.100491/2019-67 – ficou restrito a movimentações internas na pasta. Ele passou pela Secretaria de Orçamento Federal, pelo gabinete da Fazenda e voltou para a secretaria.

Antes de ser enviado ao Congresso Nacional para apreciação, o processo deve passar por outras instâncias na Esplanada, que incluem a emissão de pareceres jurídicos. Só então o texto será remetido à Casa Civil, provável última instância antes de chegar ao parlamento. Ainda não há definição, contudo, se a forma será via projeto de lei ou medida provisória.

A morosidade não causa desconforto apenas entre representantes dos agentes da PCDF: os delegados também demonstram inquietude. “O último andamento no Ministério da Economia é de 15 de março. É preciso haver vontade política”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepo), Rafael Sampaio.

Segundo ele, nas visitas que a categoria tem feito a deputados e senadores, o que se ouve é apenas um discurso: os esforços estão voltados para a reforma da Previdência. “Escutamos que é um momento difícil para o governo, que nenhum tumulto pode ser criado para a votação da aposentadoria dos brasileiros”, disse.

A mesma justificativa tem sido ouvida por policiais militares e bombeiros que tentam negociação com o GDF para o também encaminhamento de proposta de reajuste ao governo federal.

As articulações ocorrem em âmbito federal porque a segurança pública do DF é paga por meio de recursos do Fundo Constitucional. A reserva é abastecida pela União e leva em conta percentual sobre a receita corrente líquida do governo federal.

Ajuda no Senado
Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo no Senado Federal, se reuniu com policiais civis na terça-feira (26/3). Ele ouviu as reivindicações das categorias e se comprometeu a acompanhar de perto a tramitação da proposta na Esplanada. Na próxima quinta (28) ou sexta-feira (29), Izalci se encontrará com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a fim de entender a situação e dar um retorno para os servidores.

Na segunda-feira (1º/4), será a vez de policiais militares e bombeiros debaterem o tema, mas ainda na esfera local, pois as tratativas destes estão menos avançadas do que as da Polícia Civil. As duas categorias ainda negociam com o GDF como será elaborada a proposta de reajuste.

Em 12 de março, representantes e associações de policiais militares e bombeiros do Distrito Federal entregaram três propostas de reajuste salarial ao governo. Os documentos apresentavam cálculos diferentes, mas, em comum, todos defendem a isonomia com a Polícia Civil nas remunerações líquidas em relação a cargos equivalentes.

A equipe de Ibaneis não aceitou de imediato as propostas e foi criado um grupo de trabalho para estudar a questão. Quatorze dias depois, foram realizadas duas reuniões do Fórum das Entidades Representativas de Policiais Militares e Bombeiros Militares com o GDF. Entre as próprias entidades, foram 15 encontros.

“O GDF tem apresentado números para nós, disponibilidade de orçamento. Na segunda (1°), a Fazenda fará uma projeção do reajuste. Porém, já há o apontamento de falta de recursos”, afirmou o coronel Wellington Corsino, presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil) e integrante do fórum.

Corsino compartilha a preocupação da PCDF em relação à tramitação de uma proposta para as forças de segurança militares.

O Congresso está tumultuado. Se [o governo federal] for encaminhar uma proposta, acredito que fará da Polícia Militar, da Civil e dos bombeiros juntos. No entanto, a reforma da Previdência não está nos favorecendo

Wellington Corsino, presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil

“No momento certo”
No dia 1º de março, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), se reuniu com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Durante o encontro, no Palácio do Planalto, foi discutido o encaminhamento do governo federal ao Congresso Nacional dos textos que garantem os reajustes da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

Na ocasião, Bolsonaro foi sincero com Torres: afirmou que mandará a proposta no “momento certo”. Ele frisou que a Previdência é prioridade.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?