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DF: pingou, alagou. Veja os locais onde chuvas causam inundações

Com aumento dos temporais, não são poucos os locais no DF que sofrem com alagamentos e enxurradas. Moradores recebem alertas da Defesa Civil

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1 de 1 sol-nascente-3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

“Alerta de chuvas intensas”. Quem recebe essa mensagem da Defesa Civil pelo celular já se preocupa. O brasiliense sabe que encontrará, pelo caminho, trânsito engarrafado e pista escorregadia. O mais grave, contudo, é que em vários pontos do Distrito Federal, o aviso é sinônimo de alagamentos. Com o período de chuvas já consolidado, são vários os moradores e trabalhadores de regiões tradicionalmente afetadas pela água que precisam se preparar muito além do guarda-chuva na hora de sair de casa sob o temporal.

Na Rua 8 de Vicente Pires é sempre assim: toda chuva causa enxurrada. Pior para os entregadores de uma pizzaria da região, que precisam se virar para conseguir sair do estabelecimento sem perder o equilíbrio na moto. “Fica perigoso para a gente. A viseira suja, você acha que dá para passar em um lugar, mas, na verdade, tem um buraco. É bastante complicado”, comenta o motoboy Gustavo Fontes, 23 anos.

Não só o trajeto é complicado. Uma vez que o estabelecimento é rodeado de terra, deixar a moto próximo ao local é pedir para atolar ou até mesmo ter o veículo levado pela chuva. “A gente bota [a moto] em um beco aqui do lado e, às vezes, perto do banco no fim da rua. Tudo isso atrasa muito a entrega para o cliente”, ressalta Genivaldo Alves, 37 anos, que também trabalha como motoboy na pizzaria.

Ele e o colega Gustavo reclamam que a situação piorou depois que as obras de infraestrutura na região tiveram início. A drenagem já vem sendo executada, mas o asfalto não foi colocado. “Deixaram começar as chuvas para depois ficar desse jeito. Era melhor nem ter começado as obras”, reclama Gustavo.

Veja como fica a entrada da pizzaria em dias de chuva forte:

 

Na Rua 3 o problema é parecido. Dono de uma distribuidora de bebidas, Leonardo Kenji, 30 anos, diz que após a abertura de uma rua em frente ao comércio dele, há cinco meses, o barro se acumula durante e após qualquer chuva. “Tinha um certo transtorno, mas agora triplicou. Pedem para a gente ter paciência, mas como?”, questiona.

Ele conta que, por causa da lama que agora passa em frente ao comércio, o movimento caiu muito. “O fluxo mudou. Ninguém quer passar aqui na frente. O pessoal dá uma volta na cidade, pelos lugares que estão asfaltados, mas não se arriscam aqui”, comenta.

Confira como fica a Rua 3 durante as chuvas:

 

Moto arrastada

No Sol Nascente (fotos em destaque e na galeria abaixo), o problema não é diferente. Na Chácara 113, Cláudia Regina da Silva, 43 anos, caixa de um supermercado local, explica que bastam 20 minutos de chuva para que um rio comece a passar na porta de seu local de trabalho. “Fica separado. Quem está de um lado não consegue vir e quem tá aqui não consegui sair. Vai descendo lixo e tudo mais”, detalha.

Mais abaixo, na Chácara 616, o dono de uma elétrica afirma que seu comércio fica exatamente no ponto de encontro da água da chuva que sai do Sol Nascente e do Setor O. “Quando chove, a situação fica crítica. Aqui é muito baixo e a água, às vezes, fica a meio metro de altura”, relata.

Em dias de temporal, diz já ter visto até motocicleta sendo arrastada. “A moto foi derrubada pela força da chuva e o motoqueiro não largava. A sorte dele é que tinham várias pessoas perto que ajudaram”, lembra.

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A cidade sofre com inundações no período chuvoso
Mesmo com a força da água, crianças brincam no meio do temporal
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Carros passam com dificuldade no meio da água misturada com lama no Sol Nascente

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A cidade sofre com inundações no período chuvoso

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Mesmo com a força da água, crianças brincam no meio do temporal

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Problemas no Plano Piloto

As tesourinhas da Asa Norte também sofrem quando os temporais caem no Distrito Federal. São vários os relatos de alagamentos em locais como a 202 Norte, onde há uma grande descida na quadra comercial. “Trabalho aqui desde o ano 2000 e sempre é da mesma forma”, relata Mariza Rodrigues, atendente em uma floricultura.

Segundo ela, é comum ver a água atingir a porta dos carros. Como a quadra está em uma descida, a correnteza ali fica forte. “Já teve biblioteca aqui que ficou toda destruída. Carro também sempre acaba sendo levado”, comenta Mariza.

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A água tomou a rua rapidamente, dificultando o acesso de comerciantes e clientes
A cada ano, a quadra sofre durante a temporada de chuvas
Segundo grande parte da população, as obras do GDF não surtiram efeito
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Pelas redes sociais, a população divulgou imagens do alagamento na 202 Norte

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A água tomou a rua rapidamente, dificultando o acesso de comerciantes e clientes

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A cada ano, a quadra sofre durante a temporada de chuvas

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Segundo grande parte da população, as obras do GDF não surtiram efeito

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Outro lugar que costuma sofrer os efeitos dos temporais é a 209 Norte.

Conforme flagrado pelo Metrópoles no último dia 7, a tesourinha estava alagada, tornando impossível o tráfego de carros.

Confira: 

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Alagamentos são comuns na tesourinha da 209 Norte
Às vezes, no entanto, o carro não aguenta e fica pelo caminho
Motoristas reduzem a marcha e passam bem devagar, quando conseguem
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Mesmo com a água alta, aluns carros ainda tentam passar

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Alagamentos são comuns na tesourinha da 209 Norte

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Às vezes, no entanto, o carro não aguenta e fica pelo caminho

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Motoristas reduzem a marcha e passam bem devagar, quando conseguem

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Outro lado

Procurada, a Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil afirmou, por meio de nota, que faz o mapeamento anual das áreas de risco no Distrito Federal e o monitoramento constante desses pontos, principalmente no período de chuva. Em 2018, ano do último levantamento, foram mapeadas 41 áreas de risco em 19 regiões administrativas.

De acordo com a Defesa Civil, essas áreas estão localizadas em Arniqueira, Ceilândia, Estrutural, Fercal, Itapoã, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho I, Sobradinho II, Taguatinga, Varjão e Vicente Pires.

O estudo, segundo o texto, considera como locais de risco áreas “com declive acentuado; proximidade a córregos e demais cursos d’água; ausência ou precariedade de sistemas de drenagem de águas pluviais; falta de saneamento básico; fragilidades construtivas das edificações; localização de residências em áreas com declives acentuados, em taludes de corte, em vales, etc.; invasões e/ou ocupações em áreas de proteção ambiental; acúmulo de resíduos sólidos (entulho e restos de obras) em locais inadequados; entre outros”.

Ainda foi ressaltado que remoções ocorrem apenas em ocasiões de risco iminente de acidente ou desastre, sendo “que a maioria vai para a casa de familiares”, diz a nota. No entanto, a subsecretaria também conta com barracas que podem abrigar até 40 famílias. Outra opção é o abrigo público de Taguatinga. A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) também oferece um aluguel social para pessoas prejudicadas pelas chuvas.

Já a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informou que o trabalho de limpeza e desobstrução de bocas de lobo, bueiros e rede de drenagem é feita “de forma contínua em todo o Distrito Federal”. A empresa ressaltou ainda que, no período de chuvas, o trabalho “é intensificado justamente para minimizar os transtornos que podem ser causados”.

Por fim, a Secretaria de Obras e Infraestrutura do DF (SODF) lembrou que na última terça-feira (19) foi iniciada a ampliação do sistema de captação de águas pluviais em várias partes do Plano Piloto, com duplicação da eficiência hidráulica de dezenas de bocas de lobo.

Com relação aos problemas nas quadras visitadas pela reportagem em Vicente Pires, a pasta disse que, em relação à Rua 3, “a administração da cidade vai atuar no local para garantir a trafegabilidade da via durante o período chuvoso”, uma vez que os serviços de pavimentação asfáltica somente serão realizados em 2020.

Na Rua 8, as obras de drenagem estão em andamento no trecho que vai da chácara 183B à Rua 5.  Da mesma forma que na Rua 3, os serviços de pavimentação asfáltica serão realizados em 2020.

Dicas e orientações para o período de chuvas:

A Defesa civil estipula uma série de medidas de alerta à população para evitar acidentes durante este período, confira:

Antes das chuvas
– Providencie a poda ou o corte de árvores próximas a residências, com risco de queda. (Procure a Administração Regional de sua cidade ou o Corpo de Bombeiros);
– Conserte as falhas do telhado, troque as telhas quebradas, reforce a fixação renovando pregos e madeiras e isole a fiação elétrica;
– Não acumule lixo nem entulhos nas ruas. Com a chuva, os mesmos vão parar nos bueiros (bocas de lobo) causando entupimentos.

Durante as chuvas
– Se o nível da água estiver subindo, vá com sua família para um lugar seguro. Se estiver ao ar livre, procure um abrigo seguro, longe de árvores, pois elas atraem raios e seus galhos podem cair. Evite acidentes.

Depois das chuvas
– Cuidado com a água que for beber. Veja se não foi contaminada pela inundação, o que pode trazer sérios riscos à sua saúde;
– Não use equipamentos elétricos que tenham sido molhados; nem em locais inundados, pois há risco de choque elétrico e curto-circuito.

Se as chuvas vieram acompanhadas de raios, adote também as seguintes medidas:

Se estiver em casa:
– Não use telefone (os aparelhos sem fio podem ser usados);
– Não fique próximo às tomadas, canos, janelas e portas metálicas;
– Não toque em equipamentos elétricos que estejam ligados à rede elétrica.

Se estiver na rua:
– Não segure objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés;
– Nunca empine pipas ou aeromodelos com fio;
– Não ande a cavalo;
– Nunca permaneça na água.

Recomendações:
– Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios, pequenas construções não protegidas, tais como:
1. Celeiros;
2. Tendas ou barracos;
3. Veículos sem capota, como tratores, motocicletas ou bicicletas;

– Alguns lugares são extremamente perigosos durante uma tempestade. Por isso:

1. Não permaneça em áreas abertas, como campos de futebol, quadras de tênis e estacionamento;
2. Não fique no alto de morros ou no topo de prédios;
3. Não se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas elétricas aéreas e trilhos;
4. Não fique dentro de piscinas durante tempestades;
5. Nunca se abrigue debaixo de árvores isoladas.

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