DF: na pandemia, amigos ajudam pequenos empreendedores e comunidade carente
Agora, eles pedem apoio para continuar fornecendo marmitas e máscaras durante a crise causada pelo novo coronavírus
atualizado
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Ajudar comunidades carentes e, ao mesmo tempo, micro e pequenos empreendedores. Em tempos de pandemia do novo coronavírus, iniciativas do tipo se mostram ainda mais necessárias. Foi com esse objetivo que nasceu o projeto S Solidário. Enquanto compra marmitas e máscaras de empresários locais em dificuldade, beneficia a população que sofre com a falta de mantimentos.
Até agora, mais de mil pessoas receberam ajuda, com a doação de 600 quentinhas e 800 máscaras. Entretanto, o grupo precisa de apoio financeiro para continuar a agir.
Amigos de Brasília, em uma conversa informal, resolveram partir para a prática. Eles eram colaboradores do Sebrae e resolveram comprar marmitas do Ponto Gourmet, que funcionava na sede da instituição e cujo proprietário estava passando por dificuldades por não poder funcionar. E distribuíram os alimentos para pessoas que moravam uma barra de lona perto da casa de um dos idealizadores.
Deu tão certo que os amigos resolveram ampliar a ação. E passaram a contratar os serviços de três costureiras para fazer máscaras de proteção contra a Covid-19 e também levar os equipamentos para quem não podia comprar.
“Tenho 11 funcionários e a renda dessas famílias depende do Ponto Gourmet. Começamos a vender voucher para o retorno das atividades, mas era pouco. Passamos também a vender congelados e agora veio o S Solidário. Ficamos ainda mais felizes de estar trabalhando e ajudando quem precisa”, conta Paulo César Pereira Araújo, dono do Ponto Gourmet.
Alessandro Machado, um dos idealizadores do S Solidário, lembra como tudo começou. “Um dia, me chamou atenção a quantidade de pessoas vivendo em barracas de lona perto de casa. Aquilo me tocou. Comprei 10 marmitas e distribuí na hora, sozinho mesmo,” lembra. A partir daí, ele chamou os amigos e a iniciativa se multiplicou.
E ajudou pessoas como Edileusa Ribeiro Rocha, dona de um pequeno estúdio de depilação na Asa Norte. Ela contava com auxílio de uma amiga costureira, com quem dividia o aluguel do espaço. “Enquanto eu depilava, ela fazia pequenos reparos em roupas. Quando começou a quarentena, chegamos a nos desesperar, mas a venda de máscaras nos salvou”, afirma.
Gratificante
A sensação de produzir a própria renda em um momento tão desesperador também chama atenção. “Durante a pandemia, parei com a produção tradicional para fazer máscaras de tecido para vender e cheguei a doar para a igreja. Poder vender para o projeto é muito interessante, porque complementa minha renda e ainda é gratificante saber que meu talento está ajudando a proteger quem mais precisa”, exemplifica a costureira Elda Urias Torres.
Os produtos de Paulo César e Edileusa chegaram a quem mais precisava. Como é o caso de Geralda Apolônio, moradora da Boca da Mata. “Foi Deus que mandou vocês aqui. Só tinha um pouco de arroz e óleo. Vou guardar para amanhã. Vocês têm panelas também? Eu trabalhava como catadora em Águas Claras, mas estamos parados por causa dessa doença”, diz Geralda.
O trabalho do grupo vem desde o dia 30 de maio. Todo os sábados, eles saem para entregar mantimentos, água mineral, álcool em gel, roupas, cobertos e máscaras. Passaram pelo Setor Comercial Sul, Setor de Embaixadas Norte, Rodoviária do Plano Piloto, Torre de TV, na comunidade Boca da Mata, entre Taguatinga e Ceilândia, e pela Estrutural.
É possível acompanhar tudo no perfil o Instagram: @sdesolidario. De acordo com os organizadores da iniciativa, mais de 90 pessoas contribuíram com mais de R$ 13 mil. Mas eles querem ampliar a rede de apoio. A cada R$ 10 doados, a pessoa ajuda com uma quentinha. As máscaras saem a R$ 4, cada. Confira como colaborar:
Conta
Banco 260 – NuBank
Agência: 0001
Conta: 61510932-2
CPF: 701610541-53
Larissa Vieira Meira