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DF: menina que viu garoto ser morto e esquartejado depõe à polícia

Segundo o Conselho Tutelar de Samambaia, por causa de alienação parental feita pela mãe, a criança ainda tem resistência a morar com o pai. Psicólogos trabalharão na reconstrução do vínculo dos dois

atualizado

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1 de 1 samambaia-61 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A menina de 8 anos que presenciou o esquartejamento e a morte de Rhuan Maycon da Silva Castro, 9 anos, foi ouvida por conselheiros tutelares e por investigadores do caso na manhã desta segunda-feira (03/06/2019). A criança chegou à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) acompanhada pelo pai, o agente penitenciário de Rio Branco (AC) Rodrigo Oliveira.

Ele desembarcou em Brasília nesse domingo (02/06/2019), a fim de reencontrar a garota, sequestrada pela mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, 28. A mulher confessou ter auxiliado a companheira Rosana Auri da Silva Candido, 27, a tirar a vida de Rhuan. O crime bárbaro ocorreu na última sexta-feira (31/05/2019), em Samambaia Norte. Nesta segunda, a Justiça do DF converteu em preventiva – por tempo indeterminado – a prisão das duas mulheres.

A equipe do Conselho Tutelar II de Samambaia explicou que, apesar do histórico de maus-tratos, não havia nenhuma denúncia formalizada na unidade de proteção aos direitos das crianças e adolescentes. A situação de vulnerabilidade de Rhuan tornou-se difícil de ser descoberta porque ele não frequentava a escola havia mais de dois anos.

A conselheira Cláudia Regina Carvalho conta que a menina está fisicamente bem. De acordo com o relato da criança ao Conselho Tutelar, ela viu o cadáver já dentro da mochila e, depois, Kacyla e Rosana sendo detidas por policiais civis.

Alienação parental

Ainda de acordo com Cláudia Regina, em razão do processo de alienação parental, a menina desenvolveu aversão ao pai e se recusa, neste momento, a morar com ele. “Será feito um trabalho psicológico para reconstruir o vínculo entre eles”, detalhou.

Ainda abalado, o agente penitenciário prefere não se pronunciar sobre o caso. Conforme relato dos conselheiros, a garota, de início, nem sequer queria conversar com Rodrigo. Durante todo o encontro, ela teria evitado olhá-lo no rosto. O que a fez ficar mais a vontade, de acordo com os profissionais, foi a presença de uma avó e de uma tia.

“Ela tem a figura masculina como agressora. Se refere ao irmão [Rhuan] como primo e estava ressentida. Disse que tinham desavenças, no entanto, não mencionou agressão por parte da mãe. Pelo contrário: falava dela com um grande carinho”, disse Cláudia Regina Carvalho.

Ainda nesta segunda-feira (03/06/2019), a Justiça converteu em preventiva a prisão das duas suspeitas. Sendo assim, elas ficarão detidas no Presídio Feminino do Gama, a Colmeia, até o julgamento.

Torturado e degolado

O delegado adjunto da 26ª DP (Samambaia Norte), Guilherme Sousa Melo, pretende viajar nesta semana ao Acre para descobrir como era a vida das crianças antes de passarem a viver clandestinamente com Kacyla e Rosana Auri, mãe e assassina de Rhuan.

O pai do menino, Maycon Douglas Lima de Castro, revelou ao Metrópoles que não sabe como vai fazer para viajar ao DF e cuidar da liberação e do sepultamento do corpo. Entre momentos de silêncio seguidos por soluços, ele contou à reportagem como a família buscou pela criança, levada pela mãe em 2015. “A gente postava no Facebook fotos e as pessoas indicavam onde ele estava. Tentamos salvar o Rhuan”, garantiu.

Para Maycon, a Justiça não fez nada para salvar a vida do filho. “Nós buscamos ajuda na polícia, no Conselho Tutelar, ligamos para todos os lugares possíveis”, lembra. “Nosso advogado conseguiu um mandado, mas ninguém parecia querer ajudar a gente”, ressaltou. Pedidos de informações sobre o paradeiro da criança também foram postados na internet (veja galeria abaixo):

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O garoto foi morto pela própria mãe
Rhuan com o pai: dois anos de buscas pelo menino
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Apelos por informações que levassem ao menino Rhuan foram postados nas redes sociais

Reprodução
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O garoto foi morto pela própria mãe

Foto cedida ao Metrópoles
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Rhuan com o pai: dois anos de buscas pelo menino

Foto cedida ao Metrópoles

Kacyla e Rosana passaram por audiência de custódia nesse domingo (02/05/2019). Segundo o delegado Guilherme Sousa Melo, elas permanecerão na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil até quinta-feira (06/06/2019), quando devem ser transferidas para a Penitenciária Feminina do DF, no Gama.

Corpo em mala e mochilas

Enquanto dormia, Rhuan foi morto pela mãe com ajuda da companheira dela. Ambas confessaram o crime. De acordo com a polícia, depois de matarem Rhuan a facadas, as mulheres esquartejaram, degolaram a criança e tentaram queimar partes do corpo na churrasqueira da casa onde moravam.

Houve também tentativa de se desfazerem do cadáver colocando pedaços em uma mala e duas mochilas. Os restos mortais de Rhuan foram localizados em dois endereços: no lote onde a mãe e a companheira dela moravam, na QR 619 de Samambaia (DF), e na via pública da QR 425, em frente à creche Azulão, onde Rosana largou a mala. Ela foi vista por pessoas que estavam em um campo de futebol que, desconfiadas da atitude da mulher, tarde da noite, acionaram a polícia.

Veja imagens do local da tragédia e da apuração do homicídio:

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Após matarem a criança, as duas assassinas esquartejaram o corpo e o colocaram em duas mochilas e uma mala
Depois, tentaram queimar o cadáver em uma churrasqueira
Camisa usada pelo menino na hora do crime
Delegado Guilherme Sousa, responsável pelo caso
Crime foi investigado pela equipe da 26ª DP. As duas mulheres foram presas em casa, logo após cometerem o assassinato
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Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9 anos, foi assassinado pela própria mãe e pela companheira dela: partes do corpo foram achadas pelos policiais ainda na casa da família

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Após matarem a criança, as duas assassinas esquartejaram o corpo e o colocaram em duas mochilas e uma mala

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Depois, tentaram queimar o cadáver em uma churrasqueira

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Camisa usada pelo menino na hora do crime

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Delegado Guilherme Sousa, responsável pelo caso

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Crime foi investigado pela equipe da 26ª DP. As duas mulheres foram presas em casa, logo após cometerem o assassinato

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Ajuda

Maycon e Rosana ficaram dois anos casados. “O casamento acabou e ela ficou morando com a minha família. Eu fui embora quando descobri que ela tinha um caso com uma mulher que ela conheceu na igreja, e depois causou tudo isso [o crime]”, disse.

Sem emprego, Maycon, que mora na periferia de Rio Branco (AC), pede ajuda para conseguir dinheiro. “Quero viajar para Brasília e dar para o meu filho um enterro digno. Aqui, ele vai ser sepultado pelas pessoas que o amam. Vai ser aplaudido por ter sido nosso guerreiro”, disse. “Sobrou apenas o sorriso dele”, completou o pai, desolado.

Rosana e Kacyla estão presas. Durante interrogatório (veja vídeos abaixo), nenhuma teria demonstrado arrependimento. Elas supostamente admitiram não ter a guarda das crianças e ter fugido do Acre sem conhecimento dos pais de Rhuan e da filha de Kacyla. Viviam escondidas. Para não chamar atenção, os filhos não iam à escola havia cerca de dois anos. Após a descoberta do assassinato de Rhuan, a filha da companheira da mãe do garoto foi encaminhada a um abrigo no DF.

Veja o que a mãe, Rosana Auri da Silva Candido, disse sobre o assassinato:

 

Veja depoimento da companheira da mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa:

 

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