DF: matrícula garantida para órfãos de bombeiros e policiais mortos em serviço
Decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) foi publicado nesta segunda-feira (11/11/2019) e garante acesso aos colégios militares
atualizado
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Órfãos de integrantes das forças de segurança do Distrito Federal que tenham sido mortos em serviço, ou em razão dele, terão o direito à matrícula e à isenção de pagamento de taxas nos colégios militares. O decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) foi publicado no Diário Oficial do DF nesta segunda-feira (11/11/2019). A medida é uma promessa feita pelo chefe do Executivo local após a bombeira Marizelli Armelinda Dias (foto em destaque), 31 anos, ter perdido a vida durante combate a incêndio florestal em setembro deste ano.
O benefício engloba Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Departamento de Trânsito do Distrito Federal e agentes de execução penal da Subsecretaria do Sistema Penitenciário, da Secretaria de Segurança Pública. De acordo com o decreto, não havendo vaga disponível para matrícula imediata dos dependentes dos servidores e militares, deverá ser assegurada a primeira que surgir no decorrer do ano letivo, ou a matrícula no início do ano letivo seguinte, independentemente de vaga, o que ocorrer primeiro.
O decreto detalha que o direito independe da data de falecimento do servidor ou militar integrante das forças de segurança do Distrito Federal. O ingresso do aluno será admitido em todos os níveis escolares oferecidos pelos colégios militares.
Morte de Marizelli
A soldado Marizelli Dias foi morta enquanto tentava apagar um incêndio florestal na QNL 2, em Taguatinga Norte, na manhã de 15 de setembro. A morte foi causada por politraumatismo por ação contundente. Ou seja, pelo choque da árvore contra a cabeça dela, afirmam os laudos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ainda de acordo com o documento, não foram encontrados elementos suficientes para indicar que a integrante do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) sofreu uma descarga elétrica.
Na época, o delegado da 17ª DP (Taguatinga Norte), Sérgio Bautzer, ressaltou, no entanto, que a falta de evidências não significava que Marizelli não tenha sido vítima da descarga elétrica. “O laudo diz que não há lesões compatíveis com aquelas causadas por eletricidade. Só que nem sempre esse tipo de acidente deixa marcas tão perceptíveis”, explica. Bautzer ainda explicou que a bombeira estava usando roupas grossas durante o combate ao incêndio na QNL 2, em Taguatinga, o que pode mascarar ainda mais algum indício.
O laudo produzido pela PCDF é diferente da versão informada pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, os exames médicos apontaram que a soldado Marizelli sofreu descarga elétrica momentos antes de sua morte. Foi instaurado procedimento administrativo a fim de “elucidar todas as circunstâncias nas quais esse acidente ocorreu e suas consequências”.
Veja fotos de Marizelli:
Confira fotos da homenagem feita pelos companheiros da bombeira:
Em nota divulgada na época do acidente, a CEB registrou que a queda de uma árvore originou o acidente que matou Marizelli. “Não existem informações da perícia que determinem se a bombeira recebeu alguma descarga elétrica”. A empresa destacou ainda que, quando há algum distúrbio na rede, os equipamentos de proteção do sistema atuam imediatamente, desligando a energia.
“Assim que ocorreu o acidente, os bombeiros acionaram nossa central de operações. Estávamos com uma equipe nas imediações e essa equipe chegou ao local em menos de 15 minutos, colocando-se à inteira disposição para dar apoio no que fosse necessário”, assinalou o órgão.