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DF: marido acusado de matar mulher a facadas é denunciado pelo MP

Promotoria considera que homicídio foi quadruplamente qualificado (feminicídio, motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa)

atualizado

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eduardo gonçalves, feminicídio
1 de 1 eduardo gonçalves, feminicídio - Foto: Reprodução

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, nesta quarta-feira (12/9), Eduardo Gonçalves de Sousa por homicídio quadruplamente qualificado e tentativa de homicídio. Ele é acusado de assassinar a companheira Maria Regina Araújo, 44 anos, e também de tentar matar o filho dela. O crime foi cometido na frente da filha do casal, de 7 anos.

O homicídio ocorreu no dia 26 de agosto. Maria Regina pretendia se separar de Eduardo, mas ele não admitia o fim do relacionamento. Aproveitando-se de um momento quando ela falava ao telefone, o homem armou-se com uma faca e desferiu quase 30 golpes na companheira, que morreu.

A Promotoria de Justiça considera que o homicídio foi quadruplamente qualificado (feminicídio, motivo torpe, meio cruel e uso de recurso impossibilitando a defesa da vítima).

Eduardo também foi denunciado por tentativa de homicídio contra o filho da vítima. O jovem, de 21 anos, havia sido chamado pela irmã e chegou ao local do crime logo depois do assassinato da mãe. Para garantir sua impunidade, Eduardo tentou atingir o rapaz com golpes de faca. Ele lutou com o acusado e escapou da morte, apesar de ter sido atingido no braço.

Na ocasião, Eduardo conseguiu fugir. O MPDFT pediu à Justiça a decretação da prisão temporária dele, que foi deferida. Em caso de condenação, a pena poderá chegar a 50 anos de reclusão. O homem se entregou cinco dias após o crime.

Medida protetiva negada
Dez dias antes de morrer, Maria Regina Araújo denunciou Eduardo à polícia. A vítima teve pedido de medida protetiva negado pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Paranoá.

Em uma decisão do dia 16 de agosto, a juíza substituta Eugênia Christina Bergamo Albernaz destacou que Maria Regina afirmou viver uma relação conturbada com Eduardo. “A requerente relata não ter um relacionamento amistoso com o atual companheiro, em razão das constantes brigas do casal, ao longo dos 12 anos de relacionamento, motivo pelo qual teria sido supostamente injuriada e ameaçada pelo requerido, em 12 de agosto de 2018”, pontuou.

A magistrada assinalou, porém, que não vislumbrava, em um primeiro momento, “iminente prejuízo à vítima […], uma vez que, considerando a narrativa dos fatos, infere-se que o objeto do conflito entre as partes está relacionado à eventual separação ou dissolução de união estável, devido ao desgaste do convívio matrimonial, que devem ser judicializadas perante o juízo competente (Vara de Família), não incidindo, assim, as circunstâncias que autorizam a aplicação da Lei nº 11.340/2006 (Maria da Penha)”, completou.

Ainda segundo o despacho, a juíza alegou não haver elementos probatórios com relação à denúncia feita pela vítima. Eugênia Albernaz lembrou que ficou clara a vontade da mulher de separar-se do companheiro.

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Maria Regina havia registrado ocorrência contra seu algoz
Relato de um familiar nas redes sociais
Maria Regina tinha 44 anos quando foi morta
Maria Regina foi atacada na frente da filha, de 7 anos
Eduardo Gonçalves se apresentou à polícia quatro dias após o crime
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Eduardo Gonçalves de Sousa será julgado pelo feminicídio nesta quinta-feira (05/12/2019)

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Maria Regina havia registrado ocorrência contra seu algoz

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Relato de um familiar nas redes sociais

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Maria Regina tinha 44 anos quando foi morta

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Maria Regina foi atacada na frente da filha, de 7 anos

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Eduardo Gonçalves se apresentou à polícia quatro dias após o crime

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Ao indeferir o pedido, a magistrada determinou que a vítima fosse orientada a procurar um advogado, a Defensoria Pública ou núcleo de assistência judiciária gratuito mais próximo de sua residência, para se informar acerca das condições do divórcio ou sobre reconhecimento e dissolução de união estável.

Feminicídios
Entre 1º janeiro e 3 de setembro deste ano, 21 mulheres foram vítimas de feminicídio no DF, número 75% maior do que o computado no mesmo período de 2017, quando ocorreram 12 casos. Por meio de boletins policiais e relatos familiares, Metrópoles reuniu informações sobre 16 tragédias que deixaram ao menos 24 órfãos. Como não há dados precisos acerca dos demais cinco crimes, a estatística pode ser ainda maior.

Em pelo menos três ocasiões, os filhos viram a mãe ser executada a sangue frio. Em dois episódios, o pai ainda tirou a própria vida na frente das crianças.

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