DF: manifestação no QG tem Bolsonaro de papelão a corte de cabelo
Em clima festivo, manifestantes falam em estar em guerra, estampam Moraes como ditador e pedem intervenção militar com Bolsonaro no poder
atualizado
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A manifestação bolsonarista contra o resultado das urnas, neste domingo (18/12) em Brasília, conta com pintura de rosto, corte de cabelo, churrasco e até uma impressão em papelão de Jair Bolsonaro (PL) – em tamanho real –, para pousar para fotos.
Em clima festivo, os manifestantes pedem uma intervenção militar com o presidente derrotado no poder. Eles alegam, sem provas, que houve fraude nas eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de a inspeção do pleito pelas Forças Armadas não ter identificado irregularidades no pleito, os bolsonaristas pedem “socorro” aos militares.
O ato deste domingo foi chamado de “novo 7 de setembro” pelos organizadores e a movimentação em frente ao Quartel-General do Exército de Brasília se intensificou. Um guindaste com uma bandeira gigante do Brasil logo na entrada do local aponta a direção para onde devem caminhar os protestantes.
Um carro da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal fica nas proximidades, antes do limite de entrada da área militar, acompanhando. Militares do Exército controlam o trânsito. É possível ver um aparato diferente de outros dias. Após bolsonaristas tentarem invadir a Polícia Federal e atearem fogo em veículos, na última segunda-feira (12/12), os soldados passaram a andar com gás de pimenta e outros instrumentos de contenção não letais.
“Volta” de Bolsonaro
Outra diferença para os atos dos quase 50 dias de acampamento no QG é a volta de referências a Jair Bolsonaro. No início das manifestações, os apoiadores pediram para abandonar símbolos que remetam ao atual presidente para passar a mensagem de que queriam um governo militar.
Neste domingo, além do Bolsonaro de papelão, há várias placas, camisas e bandeiras com o nome do candidato derrotado nas urnas. Faixas em inglês também são presença constante, pois os manifestantes alegam que precisam do apoio internacional para o golpe.
Em gritos como “ô, brasileiro, como é que é? Vai aceitar ser chamado de mané?”, os bolsonaristas reclamam de ministros do Supremo Tribunal Federal e de petistas. Um apoiador chegou a mandar fazer uma camisa com a foto de Alexandre de Moraes com um bigode semelhante ao de Adolf Hitler e a palavra “ditador”. Ele usa a blusa no ato e repete as palavras de ordem do carro de som.
Em cima do trio elétrico, bolsonaristas dizem que preferem “morrer do que viver ajoelhado” e citam um medo da implementação do regime comunista no Brasil.
“Sai do sofá e vem para a rua. Se o Brasil virar Cuba, a culpa é sua”, gritava um grupo. A cada cerca de vinte passos é possível ver também uma “caixinha” pedindo doações em dinheiro ou pix para alimentar os atos.
Pelo lado do Governo do Distrito Federal, não há presença de forças de segurança dentro da área militar, apenas um reforço na equipe do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).