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DF: mãe biológica de Thaissa registrou sumiço da criança em 2015

Família adotiva acusa Rafaela Victor Santana de ter levado a menina, mas advogado apresenta outra versão

atualizado

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Thaissa-3
1 de 1 Thaissa-3 - Foto: Rafaela Feliciano/Metrópoles

A mãe biológica de Thaissa Ayane Borges Tavares, 8 anos, registrou um boletim de ocorrência sobre a subtração de incapaz referente à criança, em 2015, na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia). A informação foi dada ao Metrópoles pelo advogado da mulher, Thiago Caixeta, nesta quarta-feira (30/10/2019).

Na terça (29/10/2019), Rafaela Victor Santana, 28, mãe biológica da menina, teria retirado a estudante da família adotiva. Zilma Borges Custódio teve a guarda provisória da criança deferida no último dia 21 de outubro.

Em defesa de Rafaela, Caixeta disse à reportagem que a família adotiva da menina frequentemente mudava de endereço para “fugir” da mãe biológica.

“A família de Zilma pegou a criança para si e mudou de residência. Elas moravam em Samambaia. Depois, parece que foram para o Recanto das Emas, Valparaíso e, agora, estão no Gama. A Rafaela se aproximava e elas fugiam. Ela estava desde então procurando”, relatou o advogado.

Conforme informou Caixeta, ele não sabe da localização da criança, mas garante que ela está bem. “A Rafaela enviou fotos da Thaissa com a irmã. Ela está tomando a medicação que precisa e, nas fotos, podemos ver que está feliz. Não sabemos o paradeiro dela, mas estamos orientando para se apresentar na delegacia o mais breve possível”, disse.

Veja BO com registro de subtração de 2015:

Reprodução

Motivação

Para o delegado-chefe adjunto da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), Bruno Dias (foto em destaque), a oficialização da tutela garantida à família pela Justiça na semana passada pode ter motivado a ação da mãe biológica da criança. “Trabalhamos com essa possibilidade no momento”, comentou.

A polícia, preliminarmente, entende que Rafaela cometeu o crime de subtração de incapaz. Como a pena para quem comete o delito não supera 2 anos, a mãe biológica da criança não deve ser presa, caso se apresente na delegacia nesta quarta-feira (30/10/2019).

“Se a análise dos fatos levar à conclusão de que o crime foi subtração de incapaz, como se consuma num momento específico, não é uma situação de flagrante. Ela pode ser liberada assim que assinar um termo de compromisso, porque esse é um crime de menor potencial ofensivo”, explicou Dias.

Com o decorrer das investigações, porém, se a polícia identificar que foram cometidas outras transgressões, como cárcere privado, será pedida a prisão da mulher. O delegado ressaltou, entretanto, que a corporação aguarda a mãe biológica da menina e que os investigadores não interromperam as diligências. “A gente está dando sequência àquilo que cabe a nós”, afirmou o policial.

A história

No início da tarde dessa terça-feira (29/10/2019), no Gama, Thaissa Ayanne Silva Santana seguia para a escola com a irmã mais velha, quando, na altura da Quadra 19 da região administrativa, dois homens e uma mulher desceram de um carro e levaram a estudante à força.

A pessoa que denunciou o caso aos agentes da 14ª DP reconheceu a mãe biológica da criança, Rafaela Victor Santana, como uma das autoras do suposto crime. Ela teria entregado a filha para a adoção logo após o parto.

A família adotiva conta que conheceu Rafaela quando morava em Samambaia. “Ela era nossa vizinha na época e trabalhava como costureira. Começamos a levar algumas roupas para consertar lá. Quando ela engravidou, contou que não queria a criança, que era uma gravidez indesejada. Ela chegou para a minha mãe e perguntou: ‘A senhora quer?’”, afirmou Thayanne, uma das filhas de Zilma.

A criança nasceu com problemas de saúde, com um sopro no coração, e chegou a ficar internada por 17 dias. Além disso, foi diagnosticada com lesão nos rins e intestino perfurado. Após ela passar por cirurgias e anos de recuperação, a família oficializou a adoção da menina e já tem a guarda provisória.

“Quando sentamos para conversar sobre a adoção com a genitora, deixamos claro: não há devolução. Ela concordou e disse que não queria nada com a menina, que nunca iria pegá-la e sabia que estava sendo bem cuidada”, afirma Thayanne. A irmã da vítima comentou que a suspeita chegou a ligar algumas vezes para saber como estava a criança, mas quando se mudou de Samambaia, nunca mais entrou em contato. Na época, Thaissa tinha menos de 2 anos.

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