DF: grileiro vendia lotes de R$ 200 mil em condomínio de luxo ilegal
No Lago Norte, Polícia Civil prende suspeito de comercializar parcelamentos irregulares que renderiam R$ 7,2 milhões
atualizado
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Investigadores da Delegacia do Meio Ambiente (Dema) prenderam, em flagrante, um homem acusado de grilar terras em uma área nobre do Distrito Federal e vender os lotes por meio das redes sociais. De acordo com as investigações, o suspeito passou a divulgar a venda de parcelamentos irregulares, em média, de 400m² cada um, na região do CA do Lago Norte. O suposto empreendimento, chamado Iguatemi Ville, comercializava o lote ao valor de R$ 200 mil.
De acordo com informações da delegada Mariana Almeida, os policiais civis receberam informações da Administração Regional do Lago Norte. Então, seguiram até o CA 11 do Lago Norte. Lá, verificaram uma área murada e constataram a realização de obras de nivelamento do solo e abertura de ruas. “Trata-se de uma área pública de 20.132.124 m², situada na Área de Preservação Ambiental do Lago Paranoá, pertencente ao patrimônio da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), onde era implementado o condomínio irregular”, explicou.
O condomínio irregular de alto luxo, localizado nas proximidades do Shopping Iguatemi, disponibilizaria área de lazer e seria constituído de 36 lotes que variavam entre 340m² a 635 m². Cada um tinha o preço médio de R$ 200 mil. Isso geraria um lucro total de, no mínimo, R$ 7,2 milhões. Foram veiculados anúncios de vendas em redes sociais, além de folders e encartes mostrando a planta virtual do empreendimento criminoso.
Veja imagens dos anúncios:
As investigações continuam com o objetivo de identificar e responsabilizar os demais envolvidos. “Alertamos a população do Distrito Federal que todo aquele que, de alguma forma, participa da implementação de loteamentos irregulares estará sujeito à responsabilização criminal”, afirmou a delegada.
Operações e investigações
Pelo menos três operações e investigações ocorreram entre junho e setembro deste ano contra grilagem. No início deste mês, a PCDF e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram a segunda fase da Operação Hórus, para desarticular o núcleo de uma organização criminosa acusada de invadir terras públicas, lotear e comercializar os parcelamentos no Setor Habitacional Sol Nascente, em Ceilândia.
No último dia 12 de junho, a Polícia Civil deflagrou a Operação Generous para desarticular uma organização criminosa especializada em invasão, grilagem e venda de terras públicas. Segundo as investigações da Delegacia do Meio Ambiente (Dema), o grupo havia faturado pelo menos R$ 2 milhões com o esquema. No entanto, o bando esperava lucrar R$ 80 milhões com o parcelamento irregular dos lotes em uma área total de 93 hectares.
No mesmo mês, a PCDF abriu inquérito para investigar um esquema de grilagem, falsificação de documentos públicos e ameaças a beneficiários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) em Samambaia. Uma organização criminosa teria tomado conta de um conjunto inteiro, localizado na Quadra 1.033 da região administrativa.