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DF: funerárias denunciam esquema de roubo de coroas de flores para revenda

Levantamento da Associação das Funerárias aponta que, diariamente, 50 arranjos são furtados por “papa folhas” de túmulos na capital

atualizado

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Jacqueline Lisboa/Especial para o Metrópoles
Coroa de flores e caixão em cemitério
1 de 1 Coroa de flores e caixão em cemitério - Foto: Jacqueline Lisboa/Especial para o Metrópoles

O caso da família que denunciou um roubo de 20 coroas de flores no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, no último domingo (30/8), é apenas mais um entre vários casos semelhantes que ocorrem diariamente no Distrito Federal, de acordo com a Associação de Funerárias do DF (Asfun-DF). Segundo a entidade, cerca de 50 arranjos são furtados por dia em cemitérios da capital.

Ao Metrópoles, a representante da associação, Tânia Batista da Silva, revelou que existe um esquema comum de roubos dessa natureza após velórios no DF. “É o que a gente conhece como ‘papas folhas’. Quando acaba um sepultamento, essas pessoas vão lá, pegam as coroas, as renovam e revendem”, conta.

“Isso é muito comum. Muitas famílias relatam para as funerárias que voltaram ao túmulo no dia seguinte e que as flores não estavam mais lá. Avaliamos que há uma média de 40 a 50 coroas roubadas por dia. Ou até mais”, calcula a presidente.

De acordo com Tânia, uma vez que os cemitérios são “espaços abertos a qualquer pessoa”, deveria haver um reforço na segurança para que esse tipo de situação não continue sendo recorrente.

“Eles recebem taxas das famílias, tudo ali é pago. Então, o mínimo é dar segurança para aqueles bens que são deixados por lá, pois são coisas importantes para os familiares”, ressalta.

20 coroas furtadas

Uma família de uma idosa vítima de Covid-19 registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF (PCDF) denunciando que 20 coroas de flores foram furtadas do túmulo da mulher, no último domingo (30/8).

Filonília Coelho da Rocha Ribeiro faleceu aos 89 anos, no Hospital Brasília, na madrugada de sábado (29/8). Ela foi sepultada na tarde do mesmo dia, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Ao Metrópoles, a filha de Filonília contou que, após o enterro, retornou ao cemitério no dia seguinte, mas não encontrou mais as flores que os parentes haviam deixado.

A família tirou fotos do túmulo no sábado, com as coroas de flores, e no domingo, após o suposto furto. De acordo com Fernanda, ficaram no local apenas vasos de plantas que ela levou para homenagear o pai há cerca de duas semanas, após o Dia dos Pais. Veja abaixo:

8 imagens
Família relata que havia 20 coroas de flores em cima do túmulo após o sepultamento da idosa
Mulher de 89 anos foi enterrada no sábado (29/8)
Filonília Coelho da Rocha Ribeiro foi sepultada no mesmo túmulo que o marido
Ela faleceu vítima de Covid-19
Enterro foi no Campo da Esperança da Asa Sul
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Filonília Coelho da Rocha Ribeiro faleceu aos 89 anos, nesse sábado (29/8)

Arquivo pessoal
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Família relata que havia 20 coroas de flores em cima do túmulo após o sepultamento da idosa

Arquivo pessoal
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Mulher de 89 anos foi enterrada no sábado (29/8)

Arquivo pessoal
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Filonília Coelho da Rocha Ribeiro foi sepultada no mesmo túmulo que o marido

Arquivo pessoal
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Ela faleceu vítima de Covid-19

Arquivo pessoal
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Enterro foi no Campo da Esperança da Asa Sul

Arquivo pessoal
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A família conta que as coroas foram retiradas de cima do túmulo no domingo (30/8)

Arquivo pessoal
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Ficaram apenas vasos de plantas que já estavam no local

Arquivo pessoal
O que diz a Campo da Esperança

A concessionária responsável pelos seis cemitérios da capital é a Campo da Esperança. São eles: Campo da Esperança (Asa Sul), São Francisco de Assis (Taguatinga Norte), Cemitério do Gama, Cemitério de Sobradinho, Santa Rita (Planaltina) e Cemitério de Brazlândia.

Sobre o caso do roubo denunciado pela família de Filonília Ribeiro, a empresa afirmou que as coroas “não foram retiradas por funcionários da Campo da Esperança”. Os trabalhadores “somente retiram as coroas quando as flores já estão secas ou apodrecidas. O procedimento é necessário para manter o cemitério limpo.”

Sobre a questão apresentada pela Asfun-DF, a entidade alegou que “desconhece qualquer esquema de furto e venda de coroas de flores usadas nos sepultamentos”.

“A empresa concessionária não comercializa esses materiais e todos os casos de furtos informados pelos familiares à administração dos cemitérios são registrados pela empresa na delegacia de polícia”, disse, em nota.

De acordo com a instituição, a segurança das unidades é feita 24h por equipes de seguranças desarmados, que fazem rondas em automóveis da empresa em todas as aéreas dos cemitérios. Apesar de o resguardo dos bens móveis caber à concessionária, a Campo da Esperança diz que “por se tratar de área pública, não pode impedir a circulação de pessoas”.

Secretaria de Segurança Pública do DF foi procurada para fornecer dados referentes a furtos semelhantes, ocorridos nas dependências do Cemitério Campo da Esperança. No entanto, a pasta informou que não possui esses dados, uma vez que esse tipo de ocorrência se enquadra na natureza de “furtos diversos”.

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