DF figura há 5 anos em ranking das UFs que lideram queixas sobre planos de saúde
Desde 2018, DF está entre as 10 unidades da Federação com maior média de reclamação contra planos de saúde; atualmente, está na 9ª posição
atualizado
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Nos últimos cinco anos, o Distrito Federal manteve-se entre as 10 unidades da Federação com o maior número de reclamações referentes a planos de saúde. O ranking, estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), avalia a média mensal de queixas recebidas para cada 100 mil beneficiários.
Em 2023, o DF está em nono lugar, com uma média de 634 contestações. Atualmente, o DF conta com cerca de 940 mil beneficiários — equivalente a 33,3% dos habitantes. Em relação às reclamações, a capital fica atrás de Roraima, Amapá, Acre, Bahia, Sergipe, Rondônia, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com os dados da ANS, em 2018, a capital federal teve o maior índice de queixas, com uma média de 295,7. Na época, havia cerca de 874,1 mil beneficiários, o que correspondia a 30,3% da população local.
Veja a evolução do DF:
A porta-voz e diretora de fiscalização da ANS, Eliane Medeiros, explica que o levantamento considera a relação entre a média de reclamações registradas por consumidores contra operadoras, em determinado período, e a média do número de beneficiários dessas mesmas empresas, em idêntico intervalo de tempo. O índice é calculado e apresentado para o setor como um todo, para grupos de operadoras conforme o porte delas, e para cada uma separadamente.
Os cinco principais motivos de reclamação no DF são: gerenciamento da operadora, que envolve autorizações e coparticipações; reembolso; cobertura geográfica e assistencial; suspensões contratuais; e prazos de atendimento.
Ainda de acordo com a diretora, todas as reclamações recebidas pelos canais de atendimento da ANS, em que o consumidor foi diretamente afetado pela conduta da operadora, passam pela Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), para que o problema seja resolvido. “Caso não haja a devida resolução, poderá ser aberto procedimento administrativo, que pode resultar na aplicação de multa em face da operadora”, diz.
“De toda forma, a agência pode aplicar outras ações fiscalizatórias que se mostrem necessárias, nos casos em que forem constatados indícios de anormalidades, bem como em caso de relevante descumprimento das normas legais e regulamentares que regem o setor de saúde suplementar”, explica.
Longe do ideal
Beatriz Oliveira, 22 anos, tem o mesmo plano de saúde desde que nasceu, e toda a família dela utiliza esse convênio. Apesar de considerar que o serviço é bom, ela comenta que, recentemente, começou a ter problemas.
“Antigamente, o médico solicitava o exame e era autorizado praticamente na hora. Agora, está demorando muito. Ano passado, minha mãe teve um problema muito sério no cérebro. Ela pode morrer ou ter complicações sérias, e ela sempre faz ressonância para ver se está tudo bem”, conta.
Porém, neste ano, quando foi necessário realizar o exame, o plano de saúde demorou duas semanas para autorizá-lo. “Se ela estivesse de novo com o mesmo problema, não sei o que poderia ter acontecido. É muito sério isso. Às vezes é uma emergência e pode acontecer uma coisa muita séria por causa da demora.”
Beatriz afirma que nunca registrou a reclamação formalmente.
Valores
Assim como a tendência nacional, os valores dos planos de saúde aumentam a cada ano no DF. Em 2018, o valor médio entre todas as modalidades de contratação estava em R$ 755.
Dois anos depois, o preço médio chegou a R$ 1.016. Atualmente, a média geral está em R$ 1,2 mil; para planos individuais, a média é de R$ 1,4 mil.
Em junho deste ano, a ANS anunciou o limite máximo de 9,63% para o reajuste no preço dos planos de saúde individuais e familiares. O aumento no valor é aplicado pelas operadoras na data em que o beneficiário completa um ano do contrato do serviço.
O novo índice é válido para o período entre 1º de maio deste ano e 30 de abril de 2024.