DF: família de menino morto por raiva humana questiona vetor da doença
Em nota, parentes afirmam que jovem não tinha costume de frequentar locais com animais silvestres. Vítima morreu em 30 de julho
atualizado
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A família do jovem de 18 anos que morreu após ser infectado com raiva humana no Distrito Federal questiona qual teria sido o real vetor da doença. O óbito do rapaz foi o primeiro registrado na capital do país após 44 anos de erradicação.
Em nota, os parentes da vítima afirmam que a gata citada como vetor de transmissão do vírus permaneceu saudável por 24 dias após a arranhadura que provocou no jovem em 15 de maio.
“O que por si já torna descartada a hipótese sustentada pelas autoridades sanitárias, visto que qualquer mamífero que transmite a raiva é portador final do vírus, pois, necessariamente, morre entre 5 e 7 dias do adoecimento estabelecido por protocolos internacionais, o prazo de segurança de 10 dias de observação de um animal suspeito”, diz o texto.
Os familiares frisam que o jovem não tinha o costume de frequentar ambientes silvestres e que, a única mudança na rotina do rapaz foi a volta às aulas presenciais na Universidade de Brasília (UnB). “A única alteração em sua rotina foi o ingresso no 1º semestre na Universidade de Brasília (UnB), em 06/06/2022, que coincidiu com o retorno presencial das aulas após 2 anos e 3 meses de lockdown devido à pandemia do Covid-19”.
Ainda segundo a família, em 8 de junho, o jovem teve contato com um gato no campus da universidade.
“[…] Um gato, cinza e branco, nas intermediações do ICC Central, com comportamentos estranhos chamou a atenção do jovem, que o apelidou de “gato chapado”, pois possuía olhar vesgo, muito brilhante e atento para o teto do local, era arisco e não se misturava com os demais, além do andar trôpego e cambaleante”.
Veja a nota da família na íntegra:
Nota à Imprensa – Família da vítima by Metropoles on Scribd
Respostas
A família afirma que foi apresentada notícia de fato ao Ministério Público pleiteando a devida apuração da execução das ações e das estratégias de vigilância, prevenção e controle de zoonoses, pela Vigilância Ambiental.
Procurado, o diretor substituto de Vigilância Ambiental da SES-DF, Laurício Monteiro, explicou que, desde o início do caso, a pasta realizou todo o trabalho de profilaxia. “Não nos detemos apenas na região em que a vítima morava. Fizemos e estamos fazendo trabalhos em todo o DF”, diz.
Ele reforço que não registros de que o gato da UnB tenha arranhado, mordido ou lambido o jovem. “Além disso, não podemos afirmar que a gata encontrada dias depois do incidente em que o menino foi arranhado é a mesma que o arranhou. Não temos como comprovar isso por meio de exames”, completa.
Em relação à UnB, Laurício diz que há um trabalho junto à universidade de profilaxia em relação aos animais que circulam pelos campi. O gestor reforça a importância de se vacinar animais.
Em nota, a UnB informou que os animais que aceitam contato e que circulam pela universidade estão todos vacinados e não há registro de nenhum animal doente no campus. Além disso, entre os animais que morreram no último mês dentro da universidade, nenhum foi por causa de raiva.
Denúncia
Caso alguém desconfie que algum animal esteja com raiva, é importante comunicar à Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde, pelo Disque Saúde – 160 ou pelo e-mail: zoonosesdf@gmail.com.
Além disso, não matar o animal agressor. Deixá-lo em observação durante 10 dias, em local seguro, para não fugir nem atacar pessoas ou outros animais. Ele deve receber água e comida, normalmente. Durante a observação, verificar se apresenta algum sinal suspeito de raiva (alteração de comportamento). Caso não seja possível observar o animal em casa, encaminhá-lo ao canil da Gerência de Vigilância Ambiental Zoonoses (GVAZ), Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde, da Secretaria de Saúde.