DF: faculdade particular tem 5 dias para explicar ao MPT demissões em massa
UDF desligou, pelo menos, 50 docentes nesta semana. Grupo que gere instituição fala em “adaptação de custos” devido à pandemia
atualizado
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) deu cinco dias para que o Centro Unificado do Distrito Federal UDF se manifeste sobre a demissão em massa de professores da instituição de ensino superior. O caso foi mostrado com exclusividade pelo Metrópoles.
A notificação do MPT ocorre após uma denúncia sobre os desligamentos ter sido apresentada à instituição pelo Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinproep). Levantamento da entidade indica aumento de 100% no total de professores demitidos em apenas 1 mês por escolas e faculdades privadas.
Nessa segunda-feira (29/06), alunos da UDF foram às redes sociais protestar contra demissões de, pelo menos, 50 professores da faculdade: 10 só no curso de psicologia.
A medida, de acordo com os relatos dos alunos, viria para reduzir as despesas da faculdade em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.
Além dos desligamentos, a UDF também anunciou a redução da carga horária das equipes e opera na modalidade de ensino à distância. Vale lembrar que as aulas de toda rede de ensino estão suspensas desde 11 de março, por decreto do Governo do Distrito Federal (GDF).
Conforme relatos de estudantes ao Metrópoles, foram desligados justamente os professores mais experientes e com mais idade, que se empenharam por preparar material on-line para os alunos no período sem aulas presenciais. Agora, a Cruzeiro do Sul, de São Paulo, ficaria encarregada de gravar as aulas on-line.
Confira as publicações nas redes sociais:
“Adaptação de custos”
Em nota, a assessoria de imprensa da faculdade confirmou as demissões, que chamou de “adaptação de custos”. “A Cruzeiro do Sul Educacional tem evitado tomar medidas mais drásticas, mesmo sofrendo com o aumento expressivo da inadimplência e da evasão, resultados do impacto da pandemia no emprego e na renda de seus alunos e famílias”, defendeu no texto encaminhado ao Metrópoles. A UDF, porém, não confirmou o total de docentes desligados.
Ainda conforme a instituição de ensino superior, os cortes no pessoal visam “preservar minimamente a saúde financeira, a qualidade de sua operação e a pontualidade dos seus compromissos.”
“A Cruzeiro do Sul Educacional reconhece e agradece a valiosa contribuição dos colaboradores que estão, neste momento difícil para todos, sendo desligados”, concluiu a faculdade.