DF: esquema de roubo e venda de cargas movimentou R$ 169 milhões
Grupo criou ao menos 10 empresas de fachada para emitir notas fiscais frias. Ao todo, sete pessoas foram presas pela PCDF
atualizado
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O grupo criminoso alvo da Operação Carga Pesada, deflagrada nesta quinta-feira (03/10/2019) pela Polícia Civil do DF, já havia sido preso no ano passado. Acusado de roubar e vender mercadorias no Distrito Federal, o bando foi liberado e voltou a cometer crimes. De acordo com os investigadores, os envolvidos movimentaram pelo menos R$ 169 milhões nos últimos dois anos.
Os suspeitos atuavam com empresas de fachada. Roubavam mercadorias, levavam para galpões e emitiam notas fiscais falsas no Distrito Federal. Este ano, passaram a expandir os negócios em outros estados: São Paulo, Alagoas, Espírito Santo e Paraíba.
Confira imagens da Operação Carga Pesada:
No endereço de uma das supostas empresas, havia uma igreja. “A Receita no DF só consegue rastrear se a mercadoria entrar ou sair do DF. Como eles faziam para outros estados, não conseguia rastrear. Quando contatamos a Receita de São Paulo, vimos que a empresa não existia”, explica o delegado André Luis Leite, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).
Líder
Entre os presos, está Eduardo Fidelis, apontado como líder do esquema. Ele morava em Águas Claras e, segundo informações da PCDF, tinha uma vida de classe média alta. Não havia empresas fantasmas em seu nome. Mas, no total, o bando abriu 10 companhias para falsificar notas fiscais das mercadorias roubadas que entravam no Distrito Federal.
Veja vídeo da operação:
Sete pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (03/10/2019) pela Polícia Civil. A quadrilha é composta por oito homens, com idades entre 25 e 59 anos. Um dos criminosos permanece foragido. Durante as buscas, os investigadores apreenderam produtos novos que seriam vendidos para comerciantes da capital federal, porções de droga e automóveis – entre os quais, uma BMW.
De acordo com o delegado, os integrantes tinham estrutura hierarquizada e divisão de tarefas. As mercadorias roubadas ficavam em um galpão na Ceilândia. No local, foram encontradas cargas de cerveja, uma de óleo e caminhões roubados com outros produtos. Eles conseguiam vender os itens com facilidade para comércios pequenos, com lucro muito alto.
Os autores irão responder pelos crimes de organização criminosa, roubo majorado, receptação qualificada, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O somatório das penas pode ultrapassar 30 anos.