metropoles.com

Famílias que aceitam adotar crianças negras e pardas são maioria no DF

O Distrito Federal é a única unidade da Federação na qual o número de famílias que aceitam adotar crianças pardas (94,13%) é maior que o de pretendentes que aceitam crianças brancas (92,05%)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A capital federal tem dado lição contra o preconceito, pelo menos em relação à adoção. O DF é a única unidade da Federação na qual o número de famílias que aceitam adotar crianças pardas (94,13%) é maior que o de pretendentes que querem crianças brancas (92,05%). Os índices nacionais são, respectivamente, 75,12% e 92,34%.

A adoção de crianças negras e pardas, inclusive, é maioria entre os processos que são mediados na Vara da Infância e da Juventude do DF (VIJ-DF). Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre as 52 adoções aprovadas no ano passado, 38 eram de crianças negras e pardas. Em 2016, seis dos 13 processos já realizados também se encaixam nesse padrão.

Foi o caso de Gabriel, 9 anos, adotado há cerca de seis meses pela família Andrade. A mãe, Silvânia, e o pai, Fábio, aguardaram por três anos na fila. No meio tempo — de surpresa —, tiveram a pequena Maria Antônia, que hoje tem 2 anos, mas não perderam a vontade de aumentar a família. Desde o início, Fábio e Silvânia não fizeram nenhuma restrição à cor da pele da criança que pretendiam adotar. “Isso nunca teve importância para a gente”, afirma a mãe.

No entanto, outros critérios tiveram de mudar quando o casal conheceu a história de Gabriel, que viria a trazer ainda mais alegria à casa da família. Quando se cadastraram, o casal queria uma criança entre 3 e 5 anos e sem deficiências. Gabriel, que já tinha 8 anos quando foi adotado, é deficiente visual.

Daniel Ferreira/Metrópoles

 

“Quando decidimos ficar com ele, meu marido falou: ‘Qualquer um pode ficar cego. E se a gente consegue superar isso, podemos ajudá-lo a superar também'”, afirma Silvânia. Segundo a mãe, desde o início, a relação entre pais, irmã e novo filho tem sido cheia de carinho e empatia. Agora, a família luta para mostrar que Gabriel é capaz de ter uma vida normal.

Cadastro
Mesmo com histórias como a dos Andrade, ainda existem 101 crianças e adolescentes cadastradas para a adoção no DF e 531 famílias na lista de espera. E os motivos continuam a ser os mesmos. “A razão para a adoção não acontecer não está na cor ou na raça. Tem a ver com as famílias que ainda preferem crianças pequenas e têm restrição quanto a adotar irmãos”, explica Liliana Faraco, supervisora da Secretaria de Comunicação da VIJ-DF.

Ainda assim, de acordo com Liliana, a percepção dos profissionais que tratam dos processos de adoção no DF é a de que a adoção tardia e a de grupos de irmãos têm evoluído nos últimos anos e se tornado uma tendência. “Como não há muitas crianças pequenas para a demanda de habilitados que fazem essa exigência, os técnicos da VIJ tentam desmitificar a idealização da criança pretendida, mostrando como é a realidade do cadastro no DF e sobre a possibilidade de se acolher com afeto meninos e meninas com idade avançada”, afirma.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?