metropoles.com

DF é a unidade da Federação com menor população quilombola do Brasil

Dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE revelam que Distrito Federal tem 305 quilombolas, fora de territórios oficialmente delimitados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Imagem de quilombolas em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília
1 de 1 Imagem de quilombolas em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira (27/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que o Distrito Federal tem 305 moradores quilombolas. Com exceção de Roraima e Acre, que não registram habitantes pertencentes a esse grupo social, a capital do país aparece em último lugar em número de pessoas dessa população.

O grupo reúne descendentes e remanescentes de comunidades formadas por escravizados fugitivos, abrigados nos antigos quilombos — tombados pela Constituição Federal de 1988. No Distrito Federal, os 305 habitantes vivem fora de territórios oficialmente delimitados.

Os dados do IBGE mostram, ainda, que a área do DF abrange apenas uma região quilombola desse tipo: o Território Mesquita, que também inclui o estado do Goiás.

Os territórios considerados na pesquisa são aqueles que apresentavam alguma delimitação formal no acervo fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou dos órgãos de competência semelhante nos estados e municípios, em 31 de julho de 2022, data de referência do Censo.

Dados nacionais

O Brasil tem 1.696 cidades com presença de quilombolas. No entanto, desse total, apenas 326 contam com territórios oficialmente delimitados e reconhecidos pela União. O número corresponde a 19,2% dos municípios brasileiros.

Menos de 20% das cidades com quilombolas têm territórios demarcados

Antes de sediar os prédios políticos mais importantes do Brasil, a Esplanada dos Ministérios era um campo aberto de Cerrado, em que descendentes de pessoas escravizadas levavam bois para passear.

O território que hoje é o Distrito Federal foi parte de uma comunidade quilombola, que resistiu ao ciclo do ouro, mas não à expansão imobiliária no Planalto Central. Com a chegada de maquinários para erguer a nova capital, aos poucos, o Quilombo Mesquita perdeu terreno e se afastou do polígono que constitui a área do DF.

Brasília: a capital que, há 63 anos, afastou um quilombo para existir

Os quilombolas ajudaram a construir Brasília. Ergueram o Catetinho — primeira residência oficial na capital do país, feita para que Juscelino Kubitschek acompanhasse as obras de perto. Eles também ficaram responsáveis por alimentar os candangos, inicialmente.

A informação é da série documental Quilombolas de Mesquita, os brasileiros que iniciaram a construção da capital do Brasil, feita pela organização não governamental (ONG) Transforme, em parceria com o Ministério do Turismo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?