DF: dono de boate foi morto pela facção Comboio do Cão em queima de arquivo
De acordo com as investigações da PCDF, o estabelecimento seria usado pelo grupo para lavagem de dinheiro amealhado com o tráfico de drogas
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o assassinato de um empresário alvo da facção criminosa Comboio do Cão (CDC). Tiago Cunha Morais, 33 anos, dono da Boate Dubai, localizada em Samambaia, teria sido vítima de “queima de arquivo” por ter presenciado um duplo homicídio ocorrido no mesmo local, na última quarta-feira (13/05).
O empresário acabou morto no sábado (16/5) na frente ao seu estabelecimento. O caso é apurado pela 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul).
De acordo com as investigações, a boate seria usada pela facção criminosa para a lavagem de dinheiro amealhado com o tráfico de drogas e venda e aluguel de armas. Tiago teria, segundo a polícia, relação com os homens que depois se tornariam seus algozes.
“Nossa investigação envolve lavagem de dinheiro. Temos certeza de que a morte do dono do local foi queima de arquivo por ter presenciado o duplo homicídio, mas outros fatores são alvo de apuração”, explicou o delegado-chefe da 32ª DP, Pedro de Moraes.
Câmeras do circuito de segurança instaladas próximas ao local do crime registraram o momento da execução de Tiago. A vítima organizava a entrada da boate quando foi surpreendida e baleada diversas vezes. Testemunhas que estavam nas proximidades chegaram a socorrê-la ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam), mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Em 18 de agosto do ano passado, a PCDF deflagrou uma megaoperação com o objetivo de desarticular facção criminosa criada na capital e especializada em roubos, tráfico e homicídios: o Comboio do Cão (CDC).
Mais de 300 agentes e delegados foram às ruas para cumprir 49 mandados de prisão preventiva e 55 de busca e apreensão. Entre os detidos, está um advogado acusado de trabalhar para a organização. Além do DF, a ação ocorreu simultaneamente em municípios de Minas Gerais, Goiás e Piauí.
O grupo brasiliense cresceu de forma isolada e não teria vínculo com organizações criminosas com atuação nacional, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Apesar da aparente independência do Comboio do Cão, a quadrilha busca se cacifar perante as demais facções e ganhar o respeito dos rivais.
Investigações da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac) apontam que a gangue do DF procura reproduzir práticas adotadas pelas grandes e conhecidas facções criminosas do país, como o PCC.