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DF: Dom Juan dá golpe em mulher e compra fazenda usando nome de morto

De acordo com as investigações, Marcelo José Neves seduziu oito mulheres, provocando um prejuízo de R$ 5 milhões nos últimos 10 anos

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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou inquérito para apurar crimes de lavagem de dinheiro e fraude processual cometidos por um homem acusado de seduzir oito mulheres e embolsar pelo menos R$ 5 milhões, após aplicar o chamado estelionato amoroso. Apontado como “Don Juan do DF” pelas autoridades, Marcelo José Neves (foto em destaque), 40 anos, tornou-se alvo de mais uma apuração conduzida pela Coordenação de Repressão às Fraudes (Corf).

Ao todo, existem quatro inquéritos que apuram a ação do falsário, o qual já foi alvo de mandados de busca e apreensão. A nova investigação teve início após advogados de uma das vítimas descobrir que o estelionatário simulava a compra de fazendas fictícias das quais os proprietários já haviam morrido.

Em um dos casos, um homem morto em 2001 teve a assinatura usada para passar a escritura de uma das terras, em um cartório na cidade de Placas, no Pará. De forma fraudulenta, o Don Juan teria comprado quatro fazendas. Cada uma teria custado R$ 2,2 milhões, totalizando um suposto investimento de R$ 8,8 milhões.

De acordo com o advogado Leonardo Honorato, que defende uma das vítimas do golpista – ela amargou prejuízo de R$ 1,6 milhão –, Marcelo Cruz forjava a compra de fazendas para simular um patrimônio fictício com um objetivo claro.

“Com isso, ficava fácil conseguir empréstimos bancários afirmando trabalhar com manejo. Também  ludibriar vitimas e oferecer negócios, sociedades e fundos de investimentos que nunca existiram”, explicou o advogado.

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Os policiais apreenderam dezenas de artigos de luxo em poder do Don Juan
O criminoso gostava de gastar o dinheiro da vítima com bebidas caras
Entre os itens apreendidos, estava uma garrava de vinho avaliada em R$ 3 mil
Os policiais precisaram de um caminhão para transportar todos os produtos comprados de forma fraudulenta
Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do criminoso, na Asa Norte, e no apartamento da mãe dele, na Asa Sul
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Certidão mostra que homem que teria vendido fazenda para Don Juan está morto desde 2001

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Os policiais apreenderam dezenas de artigos de luxo em poder do Don Juan

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O criminoso gostava de gastar o dinheiro da vítima com bebidas caras

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Entre os itens apreendidos, estava uma garrava de vinho avaliada em R$ 3 mil

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Os policiais precisaram de um caminhão para transportar todos os produtos comprados de forma fraudulenta

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Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do criminoso, na Asa Norte, e no apartamento da mãe dele, na Asa Sul

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O golpista gostava de perfumes e carteiras de marcas famosas

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Viagens proibidas

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) o proibiu de deixar o país e autorizou a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do suspeito. Em novembro do ano passado, o golpista já havia sido alvo de ordem de penhora de bens determinada pela Corte.

No entanto, a execução da penhora não foi pedida por uma das sete mulheres enganadas pelo estelionatário, e sim por uma empresa especializada na venda de materiais de construção. O Don Juan é acusado de não pagar a conta no estabelecimento.

A decisão proferida pela 1ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais e Conflitos Arbitrais de Brasília determinou a entrega da ordem de apreensão. No entanto, o endereço fornecido pelo homem, na cidade goiana de Anápolis, na verdade, é o de um posto de combustíveis.

Rastro de golpes

Marcelo Neves deixou um rastro de golpes. Na maioria das vezes, ele seduzia mulheres para ter acesso aos bens delas. Em 19 de setembro de 2019, duas vítimas do estelionatário procuraram a Corf para registrar ocorrência. Uma delas, que preferiu não se identificar, é empresária. Ela teria sofrido um golpe ainda em 2012, quando perdeu todos os equipamentos de sua clínica de estética, em uma das quadras comerciais da Asa Norte.

Segundo a mulher, o suspeito seduziu sua sócia para conseguir ter acesso a uma série de informações particulares do estabelecimento, como o local onde era guardada a chave para abrir a empresa.

“Ele se aproximou, pois era amigo do meu ex-marido, e disse que poderia nos ajudar com a burocracia da clínica. Ele começou ajudando aos poucos, até fazendo pequenas benfeitorias no imóvel e alugando alguns aparelhos que usávamos”, explicou, em entrevista ao Metrópoles.

De acordo com a empresária, em alguns meses, o homem começou a se relacionar com a sua sócia, até conseguir informações privilegiadas. “Ele queria ter acesso às contas da clínica, o que eu sempre neguei. Mas minha sócia ficou apaixonada e isso facilitou a ação dele. Um dia cheguei para trabalhar e ele havia ‘limpado’ a clínica”, disse.

O Metrópoles não localizou Marcelo José Neves ou representantes legais do “Dom Juan”, nos contatos que constam nos inquéritos e ações judiciais às quais ele responde. O espaço segue aberto a manifestações futuras.

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