DF: dezenas de feiras reabrem nesta quarta. Veja as regras para frequentar
Após três meses fechados, feiras livres e shoppings populares funcionarão das 9h às 17h, seguindo protocolos contra o novo coronavírus
atualizado
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Entra em vigor nesta quarta-feira (17/06) o decreto do Executivo que autoriza a reabertura de todas as feiras do Distrito Federal. Ao todo, são 43 feiras livres e três shoppings populares que se juntam às 38 feiras permanentes autorizadas a funcionar desde abril. Os estabelecimentos estarão abertos das 9h às 17h.
Para reabrir, após três meses de suspensão das atividades devido à pandemia do novo coronavírus, os administradores dos espaços precisam seguir várias orientações estabelecidas pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Entre as regras para a reabertura, está a obrigatoriedade de garantir a distância mínima de dois metros entre as pessoas, fornecer álcool em gel aos frequentadores, medir a temperatura de quem for entrar nos estabelecimentos e afastar do trabalho funcionários que integrarem o grupo de risco da Covid-19.
Na Feira dos Importados, um dos principais centros de venda do DF, está tudo pronto para o retorno do público (foto em destaque e na galeria abaixo). “Fizemos o treinamento de todos os nosso colaboradores, colocamos mais de 70 dispensers de álcool em gel e ainda colocamos um túnel de desinfecção na entrada”, conta Edilson Neves, vice-presidente da Cooperativa de Produção e de Compra em Comum dos Empreendedores da Feira dos Importados (Cooperfim).
Para garantir que todos os clientes tenham a temperatura aferida, apenas uma das 12 entradas do local ficará aberta. Outros dois portões funcionarão apenas como saída.
Confira as imagens dos preparativos na Feira dos Importados:
Prejuízos
A Feira dos Importados, no entanto, não voltará do mesmo jeito que estava antes da pandemia do novo coronavírus. Segundo Edilson, pelo menos 10% dos lojistas, o que corresponde a 200 do total de bancas, precisaram abandonar o espaço por falta de dinheiro. “São pessoas que pagam aluguel, fornecedor e as outras contas com aquilo que vende. Se para de girar, não tem como se manter”, diz.
Para Henry Pablo, 29, gerente da loja Sport Maya, localizada no interior da feira, o tempo fechado foi difícil, mas trouxe nova oportunidade: o comércio digital. “A gente nunca tinha trabalhado com venda on-line e pretendemos manter mesmo após reabrirmos. Mexemos com artigos esportivos e muita gente nos procurou para comprar material e treinar em casa”, conta.
O mesmo não podem dizer os responsáveis pela loja de artigos eletrônicos Cinquenta e Um. Foram três meses praticamente parados e a reabertura é vista como possibilidade de voltar a vender. Os cuidados tomados são a aposta para chamar a clientela. “A gente se põe no lugar de quem vem, que quer segurança. Fizemos toda a limpeza da loja hoje [terça-feira] para ver se o movimento volta”, diz o vendedor Arthur de Souza, 20.
Feirantes queriam ter voltado antes
O dono da loja Interligados, Denilson Nunes, 38, considera a situação atual crítica. O estabelecimento contava com 20 funcionários: 13 foram dispensados durante o trimestre de portas fechadas. Os sete restantes estavam com contrato suspenso. “Foram três meses em que as contas não pararam. O aluguel desse espaço de 20m x 10m é R$ 15 mil. Quem consegue se manter sem trabalhar?”, reclama.
Segundo ele, o ideal era que o funcionamento do espaço tivesse sido retomado em 27 de maio, ao mesmo tempo que os shoppings. “Demorou a sair essa decisão, mas chegou. O que a gente quer é trabalhar. Sabemos do risco, mas fome também mata”, avalia.
Saiba mais sobre a expectativa dos comerciantes do lugar:
Apesar da tentativa de voltar a funcionar, Robert Rodrigues, especialista em processo do trabalho, explica que o GDF tem várias justificativas para não considerar a Feira dos Importados um shopping e ter adiado a retomada das atividades. “Os corredores são muito mais estreitos, vários ambulantes ficam na porta e o controle de acesso, geralmente, é mais difícil”, explica.
Outra diferença que o advogado do escritório Borba & Santos aponta é a dificuldade em realizar o teste de Covid-19 nos trabalhadores do lugar. “Nos shoppings, as pessoas são contratadas, muitos na Feira dos Importados trabalham informalmente, o que dificultaria o controle que os shoppings estão fazendo”, argumenta.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do DF (DF Legal) informou que “fiscaliza semanalmente feiras por todo o DF, e inclusive aos fins de semana concentra nas de maior movimento como a dos Importados e a Feira dos Goianos, entre outras. A fiscalização continua ao longo da semana.”
A Secretaria Executiva das Cidades, por sua vez, afirmou estar trabalhando na atualização de todas as feiras livres existentes no DF e sua localização, visto que algumas foram extintas e outras são pontos de revenda de produtos orgânicos, com até cinco expositores. Assim, a pasta está realizando mapeamento para melhor catalogar as unidades existentes no DF.