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DF: detentos do semiaberto trabalham sem equipamento de segurança

Internos não utilizam itens como capacetes e luvas para realizar atividades na Administração do Cruzeiro. Funap vai apurar denúncias

atualizado

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A Fundação Nacional de Amparo ao Preso (Funap) apura uma série de irregularidades envolvendo as condições de serviços prestados por 12 reeducandos que cumprem pena no regime semiaberto e trabalham durante o dia para a Administração Regional do Cruzeiro. No desempenho das funções, os internos não utilizam qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI) para realizar o reparo de estruturas, cortar árvores, desentupir redes de águas pluviais e fazer o recapeamento de vias na região administrativa. Durante semanas, o risco diário a que os presos se submetem foi registrado em fotos e vídeos por pessoas próximas aos detentos.

Nas imagens, eles podam galhos e cortam vegetação usando serras improvisadas para alcançarem a copa das árvores. Muitas vezes, os detentos entram dentro de pás de tratores para serem suspensos e conseguirem finalizar o serviço. Contratados por meio de convênios com a Funap, os presos sobem em lajes sem a utilização de cordas, capacetes ou cintos de segurança. O mesmo ocorre quando fazem a desobstrução de bocas de lobo e a limpeza de canalização das redes de águas pluviais.

De acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles, que acompanham o trabalho dos reeducandos, houve acidentes graves durante os trabalhos por conta da falta de equipamentos que garantam a segurança. “Já ocorreram casos em que os internos foram picados por escorpiões quando entraram em bocas de lobo para fazer a retiradas de folhas que cobriram a passagem da água. Além disso, eles correm risco quando se equilibram em andaimes em grandes alturas para fazer os reparos. Se um deles se desequilibra e cai, é morte na certa”, disse.

Notificação

Procurada pela reportagem, a diretora da Funap, delegada Deuselita Martins, afirmou que o órgão irá apurar as irregularidades envolvendo as condições de trabalho oferecidas aos detentos pela Administração do Cruzeiro. Segundo ela, a contratante, no caso a administração, tem a obrigação de fornecer todos os equipamentos de segurança para que os internos desempenhem as atividades de benfeitorias nas ruas da região administrativa. “Esse caso será acompanhado e a administração será notificada em caso de serem constatadas irregularidades”, explicou.

Preocupada com a integridade física dos internos, a diretora ressaltou que a Funap elabora o lançamento de um edital de licitação para fornecer seguro de vida para os internos que estão no regime semiaberto e trabalham durante o dia. “Essa é uma ideia que estávamos amadurecendo e resolvemos dar início à elaboração desse edital e, logo em seguida, lançar o processo licitatório”, explicou Deuselita Martins.

O Metrópoles  também ouviu o Corpo de Bombeiros sobre quais seriam os equipamentos de segurança essenciais para a utilização durante o desempenho das atividades que aparecem nas imagens.  De acordo com a corporação, para fazer a poda e o corte de árvores, os internos deveriam usar roupas resistentes, botas de segurança, capacetes, óculos de proteção e luvas. No caso de reparos feitos sobre andaimes, os detentos precisariam de cintos de seguranças, fitas de nylon para ancoragem, além dos óculos de proteção, capacetes e luvas.

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Muitas vezes, o internos sobem em lajes sem utilizarem cintos e cordas de proteção
Serras elétricas são improvisadas para alcançarem maiores distâncias
Muitas vezes, os reeducandos são colocados dentro de pás de trator para fazerem os trabalhos
Internos já foram picados por escorpiões durante o trabalho coordenado pela administração
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Os internos desempenham as funções sem qualquer equipamento de proteção individual

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Muitas vezes, o internos sobem em lajes sem utilizarem cintos e cordas de proteção

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Serras elétricas são improvisadas para alcançarem maiores distâncias

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Muitas vezes, os reeducandos são colocados dentro de pás de trator para fazerem os trabalhos

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Internos já foram picados por escorpiões durante o trabalho coordenado pela administração

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O outro lado

Sobre as denúncias, a Administração Regional do Cruzeiro afirmou ter conhecimento sobre a necessidade do uso de equipamentos de segurança pelos internos e justificou que possui processo licitatório aberto para a compra de materiais de proteção individual destinados à equipe de manutenção de áreas públicas do Cruzeiro Velho e Cruzeiro Novo.

“Com o intuito de continuar atendendo o grande número de solicitações da população do Cruzeiro, a equipe de manutenção continuou realizando os trabalhos demandados para que a região administrativa não ficasse sem a manutenção necessária”, afirmou, em nota.

A administração reformou, ainda, que há um processo burocrático por trás da compra dos materiais, e está aguardando sua conclusão para obter os equipamentos e fornecê-los à equipe. “Em contrapartida, informamos que também está sendo solicitada a aquisição de equipamentos mecânicos, considerados itens indispensáveis para a proteção e segurança dos colaboradores, de forma individual e coletiva”, finalizou.

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