DF começa a vacinação de idosos a partir de 76 anos com filas grandes

Idosos de 76 a 78 anos começam a receber a primeira dose de imunização contra Covid-19, nesta sexta-feira (26/2), no Distrito Federal. Desde essa quinta-feira (25/2), o Governo do Distrito Federal (GDF) centralizou a marcação da campanha em um site da Secretaria de Saúde (SES) a fim de evitar filas e aglomerações nos postos de saúde e nos pontos drive-thru.

A reportagem acompanhou o início da vacinação na UBS 2 de Samambaia, na QS 611. As doses começaram a ser aplicadas às 9h. No local, há fila de idosos. Tanto pessoas que tomam a primeira dose quanto os que agendaram a segunda dose ficaram na mesma fila. Eles seguiram um cordão de barbante improvisado pela própria unidade para organizá-los até o recebimento do imunizante.

Veja imagens da vacinação em Samambaia:

 

Como a plataforma de agendamento apresentou instabilidade nessa quinta, funcionários do posto de vacinação de Samambaia informaram que todos os que chegam são vacinados.

João Wellington Moura, 76 anos, é morador da QR 104, em Samambaia Sul. Ele foi um dos primeiros a chegar ao posto para se vacinar nesta manhã, por volta das 8h. Às 9h15, conseguiu ser vacinado. “Eu estava ansioso para ficar imunizado. A minha filha conseguiu agendar, mas não precisei comprovar o agendamento. Fiquei na fila e consegui vacinar”, afirmou o aposentado.

Para marcar um horário, basta entrar no site vacina.saude.df.gov.br. Devido à grande procura e ao excesso de acessos simultâneos, o domínio apresentou instabilidade e caiu várias vezes nessa quinta e na manhã desta sexta-feira. Apesar disso, a SES garante que todos que agendarem a vacinação serão atendidos e receberão uma dose do imunizante.

Ana Maria Barbosa, 80, chegou à UBS 2 acompanhada pelo filho. “Acho que eles deveriam ter organizado melhor. Dividir os que estão tomando a primeira dose dos que estão tomando a segunda. Misturaram todos, e isso gera aglomeração, o que não acreditamos ser bom nesse momento”, disse o filho dela, o servidor Frederico Barbosa, 59.

Valdercina Candido, 77, também ficou pouco mais de uma hora na fila para se vacinar. O filho dela, Edinel Candido de Campos, 45, disse ao Metrópoles que realizou o agendamento, mas não precisou apresentá-lo no local. “Eles não estão cobrando. Fiquei ontem das 15h50 até as 22h para conseguir fazer. O sistema, acredito eu, estava sobrecarregado. Nós entendemos a ansiedade de todos. Estamos felizes que ela conseguiu a dose”, disse.

Os idosos da primeira dose recebem a vacina AstraZeneca. A segunda é da Coronavac.

Chuva em Ceilândia

Na UBS 5 Ceilândia, na QNM 16, a aplicação ocorre nas dependências da unidade e também por drive-thru. Por volta das 10h, com centenas de idosos aguardando na fila, começou a chover no local. Sem abrigo, muitos usaram guarda-chuva para se proteger.

Na unidade, os servidores também não cobram o agendamento on-line. A fila, no entanto, dá voltas no quarteirão. Tanto para pedestres quanto para veículos.

Veja imagens da vacinação em Ceilândia:

 

“Cheguei aqui antes das 7h. Ainda faltam muitos na frente do meu pai. Não conseguimos agendar e viemos direto. Ele será atendido. Mas, como ele tem problema na coluna, está no carro, enquanto eu guardo o lugar dele. Agora, com chuva, piorou deixar esse tanto de pessoas sem abrigo. Poderiam ter pensado nisso. Quem está aqui não vai querer ir embora. Vamos ficar, mesmo com chuva”, disse a vigilante Ivani Dias, 46. O pai dela, Antônio Ribeiro, 77, receberá a primeira dose.

Bolivar Moreira da Silva, 69, acompanhou a mulher, Antônia Ferreira da Silva, 80, para receber a segunda dose. Eles reclamam que aguardam desde as 6h para ela receber a imunização. Cerca de quatro horas depois, Antônia ainda não tinha sido vacinada. “Sentimos necessidade de mais informações. Nós não agendamos pelo site, mas, no cartão, a data para ela tomar a segunda dose é hoje. Vamos enfrentar a fila e aguardar”, reclamou Bolivar.

Na UBS 5, há duas filas distintas. Uma para os idosos que recebem a primeira dose e outra para os agendamentos da segunda.

Zilda Rocha, 83, aguardava há duas horas na fila para tomar a segunda dose. “Está um caos, estão deixando a gente se molhar na chuva e ficam lá numa boa. Deveriam colocar os idosos lá dentro”, sugeriu.

Águas Claras

Na Faculdade Unieuro, em Águas Claras, por volta das 11h30, a fila maior era de carros. O local é um dos pontos de vacinação por drive-thru. O tempo estimado de espera é de cerca de 40 minutos a 1h, entre um veículo e outro. No local, também há vacinação das pessoas que chegam a pé, mas não há filas. “Está bem organizado. Conseguimos vacinar com pouco tempo de fila, e estamos felizes”, comentou Edimar Teixeira, 77.

As técnicas de enfermagem que atuam na unidade Maristela Reinaldo Lopo, 42, e Denise Siqueira, 39, disseram que, por causa das oscilações do sistema de agendamento on-line, elas estão vacinando com demanda espontânea.

As duas descreveram a sensação de imunizar as pessoas. “É um momento único. Uma honra vacinar essas pessoas. Estou satisfeita em fazer parte desse momento. Amo o que eu faço. Estou trabalhando com alegria e prazer”, contou Denise.

“O sentimento é de gratidão. Ver a realização no rosto desses idosos é muito legal. A gente se sente útil por estar ajudando”, completou Maristela.

Veja fotos da campanha em Águas Claras:

Lockdown

Conforme o Metrópoles revelou, o governador Ibaneis Rocha decretou lockdown no Distrito Federal, a partir de segunda-feira (1°/3), devido à pandemia da Covid-19. “Vamos fechar tudo, exceto serviços essenciais, das 20h às 5h”, disse. Portanto, as demais atividades seguem autorizadas a funcionar fora do horário determinado.

“Estamos com 92% de UTIs ocupadas, e vamos tomar as providências aos poucos, na medida do que for necessário. Por enquanto, essas são as providências urgentes”, afirmou o chefe de Palácio do Buriti.

Os servidores que não forem de serviços essenciais ficarão em home office. A média móvel de mortes por Covid-19 no Distrito Federal subiu para 11 na quinta-feira. Na comparação com o indicador apurado há 14 dias, houve crescimento de 8,5%.

Desde o início da pandemia de coronavírus, o DF notificou 293.782 contaminações e 4.805 óbitos em decorrência da doença. Nas últimas 24 horas, foram 14 mortes e 1.068 novas infecções.