DF: classes mais baixas sentem deflação com maior intensidade. Entenda
Recuo da inflação superou expectativa do IBGE, e resultado de junho marcou -0,40%. Queda de preços afetou principalmente classes mais baixas
atualizado
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As classes socioeconômicas mais baixas sentiram de maneira mais expressiva os efeitos da queda no Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação divulgado nessa terça-feira (11/7). A pesquisa sobre as consequências é do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF).
Na capital federal, o índice superou as expectativas de queda de 0,28%, e o resultado de junho marcou -0,40%. Em nível nacional, o IPCA também marcou deflação de 0,08% no período, a primeira diminuição neste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A deflação ocorre quando há queda generalizada de preços de produtos e serviços, de maneira contínua no período considerado.
Os resultados do IPEDF verificaram os impactos dos resultados para quatro classes socioeconômicas: alta (-0,25%), média-alta (-0,25%), média-baixa (-0,32%) e baixa (-0,50%).
Veja:
O motivo para os efeitos diferentes têm relação com o peso que cada grupo de despesas analisado no cálculo da inflação tem para diferentes classes sociais. “O que justifica o comportamento está relacionado ao peso que alimentação e habitação têm, principalmente, no orçamento das famílias de baixa renda. A deflação observada nesses grupos contribuiu para aumentar a queda [nos preços dos itens] da inflação nesses estratos de renda”, comentou Adrielli Santana, assessora especial do IPEDF.
No DF, a queda foi puxada pelo setor de transportes (-1,15%), como esperada pela prévia da inflação oficial, o IPCA-15. O resultado se devia às variações verificadas nesse grupo, decorrente da diminuição nos preços dos combustíveis. Além disso, alimentos, bebidas e habitação tiveram peso considerável para os resultados do mês.
“No caso dos transportes, observamos que a deflação teve maior peso para os grupos sociais de renda mediana e alta. Os demais itens, como vestuário, despesas pessoais e comunicação, tiveram comportamentos muito próximos para todas as classes analisadas”, completou Adrielli.
Confira: