DF: após matar diarista Genir, serial killer se divertiu em churrasco
Por este crime, a 6ª Delegacia de Polícia indiciou Marinésio nesta terça-feira (27/08/2019) por homicídio qualificado
atualizado
Compartilhar notícia
O aprofundamento das investigações sobre os crimes confessados pelo cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, trazem à tona revelações chocantes que comprovam, segundo avaliação da Polícia Civil do DF, o comportamento frio e calculista do serial killer. De acordo com a delegada-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Jane Klébia, no mesmo dia em que teria matado a diarista Genir Pereira de Sousa (foto de destaque), 47, em junho deste ano, o maníaco participou de um churrasco, como se nada tivesse ocorrido.
Pelo assassinato de Genir, a 6ª DP indiciou Marinésio por homicídio qualificado nesta terça-feira (27/08/2019).
Funcionária de uma pizzaria, ela estava desaparecida desde 2 de junho. O corpo da mulher foi encontrado em 12 de junho de 2019, numa área de mata entre o Paranoá (onde a vítima trabalhava) e Planaltina (cidade na qual residia). O desaparecimento de Genir foi comunicado pela patroa dela, após a empresária estranhar as ausências da colaboradora.
Segundo familiares, Genir tinha pavor de ser estuprada. Conforme relataram, ela falava que “preferia morrer a ser estuprada”.
A delegada afirma que as escolhas das vítimas era aleatória. O caso da Genir é muito parecido com o da funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado, 26 anos: “Ele a viu na parada, ela estava de short. Ele a achou bonita, deu a volta com a camionete Blazer prata e parou quatro minutos depois no ponto de ônibus. Genir entrou no veículo e nunca mais foi vista com vida”.
Frieza
As investigações apontam que Marinésio, após assassinar Genir, passou a tarde na casa de parentes. “Isso mostra a frieza de ter matado uma pessoa e ter ido relaxar em um churrasco depois”, ressalta Jane Klébia.
A delegada explicou que o laudo de Genir foi inconclusivo, deixando em aberto o que realmente ocorreu: “Ela tinha uma fratura no osso hióide (osso em forma de U que fica na parte anterior do pescoço, abaixo da mandíbula), mas como o corpo estava em decomposição avançada, não foi possível obter mais informações”. Em depoimento na delegacia, nessa segunda-feira (26/08/2019), após ser preso pelo assassinato de Letícia, o cozinheiro contou como matou Genir. Disse que deu uma gravata na mulher, após ela se recusar a manter relações sexuais com ele.
Segundo Jane Klébia, Marinésio chegou a afirmar que a vítima teria concordado em fazer sexo com ele: “Nós não acreditamos nessa possibilidade. Ele não sabe explicar o motivo de tê-la matado”.
Confira os vídeos cedidos pela PCDF:
Alívio e tristeza
Ao Metrópoles, Luzileide Pereira de Souza, 37, irmã da vítima, contou que Genir havia retornado ao DF dois meses antes de ser morta. “Somos uma família de 10 irmãos e todos vivem em Brasília há 21 anos. Ela pretendia fica de vez trabalhando e convivendo com seus dois filhos”, disse. Genir tinha um rapaz de 30 anos, que residia com ela no Arapoanga, em Planaltina. Também era mãe de uma jovem de 22 anos, já casada, moradora de Ceilândia.
Sobre o sentimento que tomou conta da família após a confissão do autor da barbárie, Luzileide afirmou que a ferida jamais cicatrizará: “Apesar da sensação de alívio em saber que esse criminoso não irá mais matar ninguém, a tristeza é muito grande, pois minha irmã precisou morrer para que ele fosse preso”.
Casos reabertos
Até o momento, Marinésio dos Santos Olinto confessou ter assassinado Letícia e Genir. Outras três vítimas que teriam sobrevivido aos ataques do maníaco se apresentaram à polícia. Para atrair as vítimas, ele se passava por motorista de lotação pirata.
De acordo com a PCDF, alguns inquéritos de 2014 e 2015 foram reabertos após a descoberta do serial killer. Entre os casos que se encontravam sem autoria, estão um no Paranoá e dois em Sobradinho. Um deles tem a história de uma Blazer, que será checada.