DF: após esfaquear e quase matar ex, homem é espancado por populares
Segundo testemunha, João Evangelista de Souza deu ao menos 10 facadas em Maria do Livramento Alves, que está em estado grave
atualizado
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Maria do Livramento Alves, 35 anos, foi internada em estado grave no Instituto Hospital de Base (IHB) na noite desse domingo (4/11) após ter sido esfaqueada pelo ex-companheiro em um bar, no Paranoá. Moradores presenciaram a agressão e espancaram o acusado, identificado como João Evangelista de Souza, 39. Ele também precisou ser levado para o hospital.
Um dos golpes atingiu o rosto e pode comprometer a visão da vítima. A motivação do crime seria o fim do relacionamento. O agressor não aceitava a situação e passou a perseguir Maria Alves. O caso foi registrado na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), onde é apurado como tentativa de feminicídio e Maria da Penha. A faca utilizada no crime foi encontrada no local e apreendida por agentes da DP.
De acordo com a Polícia Civil, uma testemunha, que estava sentada no banco da Praça Central do Paranoá com amigos, viu o autor batendo na vítima e a jogando no chão. Logo em seguida, com a mulher deitada na pista, o homem começou a esfaqueá-la.
Ainda de acordo com o relato, o morador viu o homem dando ao menos 10 facadas na ex-companheira: olho, braço, peito e costas. Após o ataque, ele se levantou e saiu correndo pela Avenida do Paranoá, mas foi alcançado por populares e agredido.
Quase 10 mil mulheres foram vítimas de feminicídio ou tentativa de homicídio por motivo de gênero nos últimos nove anos no país, segundo levantamento da Central de Atendimento à Mulher (180). Desde 2009, a unidade registrou denúncias de morte de pelo menos 3,1 mil mulheres e outras 6,4 mil foram alvo de tentativa de assassinato.
Na última década, o pico de registros ocorreu em 2015, ano em que o feminicídio foi incluído no Código Penal brasileiro como qualificador de homicídio e no rol de crimes hediondos. Naquele ano, a central recebeu 956 registros de assassinatos de mulheres, contra 69 mortes apontadas no ano anterior.
O número de denúncias, entretanto, está muito aquém das ocorrências de feminicídio. Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, só em 2016, cerca de 4.635 mulheres foram mortas por agressões, uma média de 12,6 por dia.