DF ainda não definiu como fiscalizará uso obrigatório de máscaras
Nesta quinta, acessório passa a ser obrigatório nas ruas. GDF ainda fecha detalhes sobre órgãos que poderão multar e até prender infratores
atualizado
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A menos de 24 horas para que o decreto que obriga o uso de máscaras entre em vigor, o Governo do Distrito Federal ainda não detalhou como vai funcionar a fiscalização. Pelo documento, sabe-se que quem for flagrado descumprindo a determinação pagará multa de R$ 2 mil e poderá responder por crime de infração de medida sanitária, com pena de prisão que varia de 1 mês a 1 ano.
Na véspera de a medida começar a valer, muita gente não sabe ao certo qual órgão acionar caso flagre alguém desrespeitando a nova regra. De acordo com o próprio Executivo local, “o cronograma sobre a distribuição de máscaras de proteção facial, bem como os critérios de fiscalização, está em fase final de definição”.
Até a última atualização deste texto, somente a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) havia se adiantado e anunciado que vai barrar passageiros que tentarem acessar as estações sem o acessório.
Enquanto aguardam uma definição governamental, alguns segmentos anunciaram procedimentos próprios. “A gente está até sugerindo que as lojas forneçam aos clientes máscaras com a logo da empresa, por exemplo, e isso está tendo uma aceitação boa”, diz o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia, reforçando que os filiados ainda não receberam orientações por parte do poder público.
Segundo ele, haverá uma reunião, nesta quarta-feira (29/04), do governador Ibaneis Rocha (MDB) com todo o setor, na qual ele acredita que tudo será alinhado. Apesar de admitir sentir falta de informações mais claras, Maia reafirma a disposição do setor em cumprir a determinação. “Shoppings, por exemplo, têm protocolos a cumprir e várias preocupações específicas”, destaca.
Taxistas vão recusar passageiros sem máscara
No setor de transporte, as dúvidas são as mesmas. Conforme conta o presidente do Sindicato dos Permissionários e Motoristas Auxiliares de Táxis do DF (Sinpetaxi-DF), Sued Sílvio, um trabalho grande tem sido feito para garantir que os taxistas cumpram as determinações. “Temos dado orientações que estão sendo seguidas, mas entre os motoristas”, conta.
Entre as proposições da categoria, está a obrigatoriedade de o automóvel ter álcool em gel para higiene das mãos, álcool líquido para limpar maçanetas e bancos, além de ser obrigatório o uso de máscara. “O taxista que não utilizar isso não poderá entrar na fila para pegar passageiros no aeroporto e na rodoviária”, exemplifica.
Outra ideia de Sued é que os motoristas tenham máscaras de pano disponíveis para venda dentro do carro. “Seria uma forma de evitar que o passageiro perca a corrida, pois iremos orientar a recusa do transporte de quem estiver sem o equipamento”, diz.
Para o Sindicato dos Motoristas de Aplicativo (Sindimaap), a ideia é aguardar orientações. Por enquanto, o presidente Marcelo Chaves afirma que nem as empresas nem o GDF deram orientações. “Nós, condutores, já estamos usando há tempos. Muitos já oferecem álcool em gel para o passageiro, mas não sabemos o que fazer caso chegue alguém sem máscara”, conta.
Uma vez que a recusa de viagens pode resultar em diminuição da avaliação dentro do aplicativo, e até mesmo a exclusão da empresa, Marcelo diz ser difícil para o motorista se negar a fazer a viagem. “O passageiro também precisa ter consciência, vai do bom senso”, pontua.
A Associação das Empresas de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (DFmob) também explica que nenhuma diretriz foi acertada e aguarda posicionamento da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) para saber se motoristas poderão, por exemplo, impedir que pessoas entrem nos ônibus sem máscara.
Metrô se antecipa
A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), mesmo sem uma determinação coletiva, decidiu se antecipar e anunciou que a partir desta quinta-feira (30/04) vai barrar a entrada nas estações de passageiros sem máscaras.
Além de a assessoria de imprensa do GDF ter informado que o planejamento está em fase final de discussão, o Metrópoles também procurou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para saber se os integrantes da corporação poderão prender quem “furar” o decreto.
Em nota, a corporação informou que “o planejamento e a diretriz operacional a respeito desse assunto ainda está sendo feita”.
Também acionada, a Semob seguiu a mesma linha e ressaltou estar “avaliando as medidas que podem ser tomadas para garantir a obrigatoriedade do uso de máscara pelos passageiros no sistema de transporte público”.
Como usar corretamente
A eficácia da máscara feita em casa depende de como o item é manipulado. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal explica que, para começar, o equipamento deve ser confeccionado com tecido hipoalergênico, à base de algodão espesso e resistente. A máscara deve também cobrir completamente nariz e boca e não deixar espaços nas laterais, vedando completamente a área.
Mesmo com a proteção, a indicação é manter a distância de pelo menos um metro de outras pessoas e trocar a máscara a cada três horas. Pois, à medida que se fala, o tecido fica molhado e se torna mais permeável, possibilitando a entrada do vírus. O item deve ser individual e nunca compartilhado.
Ao colocar e retirar, é preciso, antes, higienizar as mãos e, durante o processo, evitar tocar no tecido. Não deixe a máscara pendurada no pescoço ou braço: se precisar tirar a proteção, guarde-a em um saquinho individual.
Para lavar, deve-se colocar o equipamento de molho com água sanitária e sabão por 20 a 30 minutos, esfregar, enxaguar e colocar pra secar na sombra. Depois, o recomendado é passar a máscara a ferro e guardá-la em um saquinho.