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DF: advogado é alvo de operação que apura lavagem de R$ 700 mi do PCC

Mandados judiciais foram cumpridos em São Paulo, no Rio e em Brasília. Ação tem como objetivo desarticular núcleo financeiro da organização

atualizado

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PCC
1 de 1 PCC - Foto: PF/Divulgação

O advogado Edilberto Nerry Petry, que tem imóvel no Lago Norte, área nobre de Brasília, foi alvo da Operação Tempestade, deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (3/5). A ação tem como objetivo desarticular o núcleo financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção. Mandados judiciais foram cumpridos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Trata-se da segunda fase da Operação Rei do Crime, que teve como alvo o braço financeiro que opera em favor do PCC. Por meio da ação, deflagrada em setembro do ano passado, foram interditadas pelo menos 70 empresas e, com autorização da Justiça, bloqueadas contas bancárias, cujos valores superam R$ 730 milhões.

De acordo com a Polícia Federal, o núcleo investigado nesta nova etapa é responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção. Ao longo da apuração, que durou cerca de um ano, os policiais identificaram alvos antigos de algumas operações, como Navalha, Prato Feito e Zelotes.

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 Edilberto Nerry Petry
Lavagem de dinheiro
 Edilberto Nerry Petry,
Armas apreendidas
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Operação da PF

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Edilberto Nerry Petry

OAB
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Armas apreendidas

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Navalha

Petry foi investigado na Operação Navalha. Em 2008, chegou a ser exonerado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em virtude das apurações e acusação de improbidade administrativa. Segundo comissão da Controladoria-Geral da União (CGU), o advogado teria favorecido a empresa Sistemas de Tecnologia de Informação Ltda. (Seal), driblando licitações para comprar diretamente da Seal 220 impressoras.

Para escapar dos processos licitatórios, Edilberto, então chefe da Coordenação de Integração de Projetos dos Correios, alegava emergência para a aquisição dos equipamentos. De acordo com o levantamento da CGU, ele evitou que a Seal pagasse multa, uma vez que a empresa atrasou a entrega das impressoras. Em 2017, Petry foi presidente da Comissão de Tecnologia da Informação da OAB-DF.

R$ 700 milhões

Segundo informações fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o grupo investigado na Operação Tempestade fez transações atípicas superiores a R$ 700 milhões.

As diligências da PF apontam que o núcleo financeiro identificado atuava em benefício de facção criminosa e desenvolvia, atualmente, atividades voltadas à lavagem de dinheiro do tráfico e da corrupção, tendo como modus operandi a entrega física de valores a suspeitos de práticas ilícitas, que eram os beneficiários dos saques em dinheiro.

Cortina de fumaça

A investigação apontou, ainda, a abertura de empresas fictícias, utilizadas como “cortina de fumaça” para a realização de depósitos de valores em uma instituição financeira de fachada, cujo papel no esquema era providenciar os saques dos valores e posterior entrega, em dinheiro, a terceiros, com indícios de envolvimento em atividades ilícitas.

Além do sequestro patrimonial e bloqueio de valores, serão cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, interdição judicial de seis empresas, 22 mandados de busca e apreensão distribuídos entre São Paulo, Tietê, Guarujá, Rio de Janeiro e Brasília, assim como a interdição da atividade de um contador.

As buscas são cumpridas em residências, empresas e dois escritórios de advocacia. A investigação tramita na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

A PF contou com a delação premiada do piloto de helicóptero que transportou Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, vulgo Paca, para uma emboscada que acabou resultando na morte dos dois, em Fortaleza, em 2018.

No Presídio Federal de Brasília, de segurança máxima, estão alguns membros do PCC, como o chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Outro lado

Questionada, a defesa de Edilberto Nerry Petry disse que não firmou contrato e nunca prestou serviço à empresa investigada na operação.

Leia a nota na íntegra:

“O advogado Edilberto Nerry Petry não firmou contrato e nunca prestou qualquer serviço à empresa de São Paulo investigada na operação. Além disso, não representa qualquer pessoa integrante de organização criminosa ou acusada de integrar organização criminosa.

O advogado foi contratado por uma empresa de tecnologia de Brasília para a confecção de contrato e acompanhamento de sua execução com pessoa jurídica de São Paulo sem que existisse qualquer investigação instaurada contra esta. O profissional tomou todas as medidas necessárias para a proteção de seu cliente durante a concretização do contrato, seguindo todos os parâmetros éticos.

O exercício da profissão de advogado não pode ser confundido com supostos atos de terceiros que mantenham relação com os seus clientes. Tudo ficará esclarecido ao longo da investigação policial.”

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