DF: 80% dos acidentes com animais peçonhentos em 2022 foram causados por escorpiões
Levantamento verificou que perfil mais envolvido nesses casos é de mulheres, moradoras de áreas urbanas e com idade entre 20 e 49 anos
atualizado
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A maioria dos acidentes com animais peçonhentos registrados no Distrito Federal em 2022 foi causada por escorpiões. Dos 2.958 contabilizados no ano passado, 80,1% tiveram o aracnídeo como causador. As informações constam no mais recente Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Saúde (SES-DF).
Além disso, o levantamento verificou que o perfil mais envolvido nesses casos é de mulheres, moradoras de áreas urbanas e com idade entre 20 e 49 anos.
Em 1.194 dos casos, as vítimas buscaram atendimento em até uma hora depois do acidente; e 274 receberam soro antiveneno. Do total de acidentes com aracnídeos no ano passado, a maior parte (87,5%) teve gravidade leve.
A região administrativa que mais registrou ocorrências do tipo foi Planaltina, seguida por São Sebastião e Ceilândia. A maior parte das vítimas se acidentaram em casa ou locais nas proximidades.
Tipos e prevenção
No DF, três espécies de escorpião são frequentemente encontradas: o amarelo (Tityus serrulatus); o de patas rajadas (Tityus fasciolatus); e o preto (Bothriurus araguayae).
Os escorpiões-amarelos são mais comum nas residências e causadores de grande parte dos acidentes; os outros dois tipos aparecem frequentemente em áreas rurais. Além disso, são responsáveis por casos de gravidade menor.
Em 2023, as ocorrências relacionadas à espécie amarela aumentaram na capital federal. Dados divulgados em junho pela Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (Gevitha), vinculada à SES-DF, mostraram que os casos com esse tipo de escorpião aumentaram 45% neste ano.
Gerente da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), também da SES-DF, Isaias Silva Chianca lembra que os acidentes com escorpiões são mais comuns devido à proximidade desses animais com humanos.
“A população de escorpiões presente nas cidades é grande, e eles estão sempre perto das pessoas. Afinal, alimentam-se de insetos como baratas, formigas e cupins, que muitas vezes estão presentes em nossas casas. Além disso, esse aracnídeo é pequeno, esconde-se e anda por vários espaços. Então, muitas vezes, não o enxergamos facilmente, como [ocorre com] uma cobra ou aranha”, compara Isaias.
Para se prevenir, o gerente da Dival orienta prestar atenção a espaços onde escorpiões se escondem, como entulhos, ralos e caixas de esgoto, bem como criar barreiras em locais onde eles possam transitar — frestas de paredes, ralos de banheiro, entre outros —, mantendo casas e quintais sempre limpos e sem acúmulo de itens.
O que fazer caso seja picado
Isaias alerta para o fato de ser “extremamente importante” procurar uma unidade de saúde em caso de acidente com animais peçonhentos. O veneno pode ser prejudicial aos seres humanos e, em alguns casos, letal.
“O escorpião tem um veneno poderoso, de ação rápida e que age no sistema nervoso. É fundamental procurar ajuda imediatamente. Se a vítima tiver qualquer problema de saúde ou pouco peso, como [é o caso de] crianças e idosos, ela pode ter complicações mais graves”, ressalta.
No DF, a Secretaria de Saúde disponibiliza os serviços do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), por meio dos telefones 0800-644-6774 ou 0800-722-6001. A ligação é gratuita, e as equipes auxiliam com informações sobre os primeiros cuidados necessários.
Se um escorpião for encontrado em imóvel residencial, deve-se comunicar a Vigilância Ambiental, por meio dos números 160 ou 61 2017-1344. Também é possível enviar e-mail para gevapac.dival@gmail.com. Uma equipe será enviada ao endereço informado, para capturar o animal.
Confira aqui a lista das unidades da rede pública de saúde que disponibilizam soros antiveneno, em caso de acidentes com cobras, escorpiões ou aranhas.
Com informações da Agência Brasília