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No DF, 193 parentes de desaparecidos doaram DNA para ajudar em buscas

Ministério da Justiça lançou ação para coletar material genético de pessoas não identificadas, que estão em hospitais ou clínicas

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Arte Yanka Romão/Metrópoles
Imagem preta e vermelha com silhueta de desaparecidos
1 de 1 Imagem preta e vermelha com silhueta de desaparecidos - Foto: Arte Yanka Romão/Metrópoles

No Distrito Federal, 193 familiares de pessoas desaparecidas forneceram material genético para a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A intenção é auxiliar nas buscas pelos sumidos e reconhecimento deles. Em média, a Polícia Civil do DF registra cinco casos de desaparecidos por dia. O dado consta no último levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública e corresponde ao período de janeiro a dezembro de 2021.

Os materiais genéticos do DF correspondem a 3,17% do total de 6.087 disponíveis na rede. A fim de cruzar dados e tentar identificar pessoas desconhecidas internadas em hospitais ou abrigadas em clínicas, o ministério lançou a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Pessoas Vivas Sem Identificação.

As equipes das unidades nas quais estão essas pessoas não-identificadas poderão entrar em contato com as equipes do projeto de cada estado e solicitar a coleta do DNA.

“Essas pessoas têm grande potencial de serem desaparecidas e procuradas por familiares e conhecidos, mas são incapazes de retomarem o contato por si mesmas”, explica o secretário Nacional de Segurança Pública, Renato Paim, pasta que está a frente da ação.

A campanha está prevista para terminar em agosto deste ano. No entanto, mesmo após o fim da ação, o serviço continuará.

Saiba como é feita a coleta

A coleta é feita de forma voluntária. Antes, a pessoa terá de assinar um termo de consentimento para, em seguida, os profissionais dos órgãos de perícia oficial dos estados e DF recolherem o material. É necessário que a instituição entre em contato com a equipe responsável pela campanha a fim de agendar o atendimento.

As pessoas também podem ser encaminhadas aos pontos de coleta, disponíveis no site da campanha. Na capital federal, o Instituto Nacional de Criminalística, localizado na Asa Sul, que é responsável pelo atendimento.

O procedimento para recolher o DNA de crianças e adolescentes requer autorização judicial. Neste caso, é preciso procurar o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) a fim de emitir o documento.

Pessoas desaparecidas

De acordo com o estudo da Secretaria de Segurança Pública do DF, é comum o sumiço de adultos devido ao uso de drogas. Há, ainda, os casos conhecidos como “involuntários”, que ocorrem a vítimas de crimes com restrição de liberdade, homicídios, acidentes e crise psiquiátrica. Com relação aos adolescentes, o principal motivo é a fuga devido a conflitos familiares, violência doméstica e uso de entorpecentes.

Outro fato observado pelas autoridades foi o desaparecimento reincidente. No último ano, cinco adolescentes de 12 a 17 anos fugiram da casa dos pais três vezes. Outros 20 menores deixaram o lar duas vezes.

Das 2.042 pessoas desaparecidas em 2021, 1.732 foram localizadas entre janeiro de 2021 e 23 de fevereiro de 2022, ou seja 84,8% do total. Ainda há 15,2% desaparecidas.

A região de Ceilândia é líder em ocorrências. No ano passado, foram 284 casos. A segunda posição ficou com Taguatinga (174), seguida de Samambaia (154), Planaltina (145) e Recanto das Emas (129).
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