Detalhe sobre roupa de mulher degolada no DF fez marido se contradizer
Adenor, que assumiu ter matado a vítima, de 38 anos, disse que ela havia saído de casa, mas não sabia explicar por que ela estava de pijamas
atualizado
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O assassino confesso de Karla Roberta Fernandes Pereira, 38 anos, encontrada degolada em um matagal no domingo (25/4), foi preso por policiais da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) após se contradizer em seu depoimento.
Segundo o delegado da unidade policial, Paulo Fortini, inicialmente Adenor Pacheco de Oliveira, 47, apresentou uma versão que não condizia com os fatos. “Não sabia explicar por que a esposa falou que iria embora, mas foi encontrada só de pijamas. Se contradizia quanto aos horários. No interrogatório, falou que o fato era grave mesmo e acabou confessando”, comentou Fortini.
O delegado explicou ao Metrópoles que a mulher vestia pijamas quando foi encontrada e não possuía qualquer identificação.
Um dos policiais envolvidos na ocorrência relatou que, ao chegar ao local, percebeu que a cozinha havia sido limpa e o carro estava lavado. Uma presilha de cabelo da vítima estava debaixo da mesa do micro-ondas. Ainda com o veículo aparentemente limpo, uma mancha de sangue foi identificada pelos investigadores.
Também na residência do casal, o policial identificou que as roupas que eles haviam usado na festa da noite anterior estavam no local. O celular de Karla foi localizado pelo filho dela e um facão que Adenor escondia no telhado não estava mais no esconderijo.
Adenor afirmou ter agido por ciúmes. O caso foi confirmado como feminicídio devido à motivação: o homem era companheiro da vítima.
Na confissão, ele disse ter olhado uma mensagem no celular de Karla e se sentido traído. Depois de desmaiar a companheira, sufocando-a, ele a colocou no carro e a levou para o mato. Lá, passou uma faca no pescoço da vítima e deixou o cadáver no local.
O corpo da mulher foi encontrado em um terreno baldio, em Santa Maria. Um catador de latinhas passava pela região, por volta das 7h, quando se deparou com o cadáver e acionou a polícia.
Agressão
Karla Roberta Fernandes vivia um casamento conflituoso com seu marido e deixa três filhos de um relacionamento anterior. A união com Adenor foi descrita por familiares como conturbada. Karla já teria buscado ajuda várias vezes, dizendo que o companheiro era agressivo.
De acordo com o depoimento da irmã da vítima à polícia, ele já havia quebrado os dentes da mulher anteriormente, ao usar um copo como arma. Na ocasião, ela teve que passar por uma intervenção odontológica.
Karla chegou a desconfiar, inclusive, que Adenor estaria maltratando sua filha.
Uma vizinha teria escutado a vítima dizer “Me solta, me solta!”, na madrugada de domingo. A mulher contou ainda ter ouvido um barulho de copo sendo quebrado. No entanto, por saber que as brigas do casal eram constantes, não deu atenção.
Adenor e Karla compareceram a uma festa de aniversário no sábado (24/4), véspera do crime, onde teriam discutido.
O crime é investigado pela equipe da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria).