metropoles.com

“Queria desmaiar ela com a corda”, diz feminicida em julgamento no DF

Mirian Nunes, 25 anos, foi estrangulada e morta pelo marido, em 2 de janeiro. Crime ocorreu em frente à filha de 1 mês

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
feminicida
1 de 1 feminicida - Foto: null

O julgamento do homem acusado de cometer o segundo feminicídio registrado no Distrito Federal em 2023 acontece nesta quarta-feira (4/10), no Fórum de Ceilândia. André Luiz Muniz dos Santos matou a ex-companheira Mirian Nunes, aos 25 anos, estrangulada com uma corda, em 2 de janeiro.

O júri popular teve início por volta das 10h30. Até o início da tarde desta quarta, haviam sido ouvidas cinco testemunhas, dentre elas parentes do réu, uma irmã da vítima e o delegado responsável pelas investigações do caso. Dentre aqueles que conviviam com o casal, todos afirmaram que eles tinham um relacionamento marcado por brigas.

O casal morava em um lote na QNM 21, com ao menos outros sete parentes de André. Após o crime, o assassino fugiu e pediu que os familiares acionassem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando o socorro chegou, Mirian já estava morta.

A vítima foi assassinada em frente à filha de 1 mês. A vítima tinha outros dois filhos, de 8 e 6 anos. Enquanto estava grávida, a cabeleireira chegou a denunciar ter tido os cabelos cortados por André e sofrido abuso sexual por parte do companheiro.

Em depoimento, André relatou que ao longo de quase um ano de relacionamento, entre idas e vindas, os dois tinham discussões por conta de ciúmes com certa frequência. Sendo que em uma delas, ele chegou a ameaçar dizendo que ela “ia ver”.

Segundo o réu, em algumas ocasiões, a mulher foi embora de casa, mas acabava reatando o relacionamento. Na última delas, após registrar ocorrência de violência doméstica contra André, ela foi morar em uma casa abrigo, porém voltou a conviver com o companheiro após o nascimento da filha do casal, em dezembro de 2022.

Na data em que ocorreu o crime, o casal estava deitado na cama, quando Mirian teria visto uma suposta mensagem enviada por outra mulher a André. “Ela quis quebrar meu celular e veio pra cima de mim. Em dado momento, ela queria pegar alguma faca. Foi aí que eu peguei a corda. Eu ia desmaiar ela com a corda, não queria matar ela, mas acho que apertei demais. Estava nervoso na hora”, argumenta André em depoimento.

Após estrangular Mirian, o feminicida disse que jogou todas as facas que tinham em casa no quintal do lote em que moravam e entregou a bebê recém-nascida para a irmã dele. “Tava nervoso, fora de si. Meu sobrinho disse que ela já estava morta. E eu fugi”, detalhou.

Dois dias após o crime, ele se entregou à polícia, em razão da repercussão do caso. Desde então, André está preso cautelarmente. Se condenado pelo feminicídio, poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Morando com o feminicida…

Segundo as investigações, vítima e assassino moravam juntos desde novembro de 2022 em uma casa com os familiares de André.

Dois meses antes de morrer, a cabeleireira registrou boletim de ocorrência informando ter sido ameaçada, agredida e estuprada pelo companheiro. À época, a mulher, que estava no nono mês de gravidez, procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para solicitar medida protetiva.

Após o nascimento da filha, porém, acabou reatando com o agressor.
No início de novembro de 2022, a cabeleireira declarou à polícia que, em uma tentativa de romper a relação com André, ele a violentou. O abuso teria acontecido dois meses antes do registro do BO, ou seja, no sétimo mês da gravidez. O medo que sentia do parceiro, no entanto, a teria impedido de procurar ajuda.

3 imagens
A cabeleireira estava em um relacionamento com André Muniz havia quase um ano
Ela foi assassinada pelo marido, André Luiz Muniz dos Santos, em 2023
1 de 3

Mirian Alves Nunes, 26 anos

Reprodução redes sociais
2 de 3

A cabeleireira estava em um relacionamento com André Muniz havia quase um ano

Reprodução redes sociais
3 de 3

Ela foi assassinada pelo marido, André Luiz Muniz dos Santos, em 2023

Reprodução redes sociais

Na declaração, registrada junto à PCDF, a vítima teria dito, ainda, que André afirmou que estava “apenas esperando ela dar à luz à filha do casal para matá-la”.

Segundo relatou Miriam, o homem teria combinado com uma mulher, identificada apenas como Carol, de “espancar” a cabeleireira até a “morte” após o nascimento da filha do casal. Dias após a ameaça, o André cortou os cabelos da vítima em meio a uma discursão por ciúme.

Na data, a jovem pediu ajuda de vizinhos, que chamaram um transporte por aplicativo com o objetivo de levá-la a uma delegacia. O agressor, contudo, também entrou no veículo.
Com medo de ser morta, Miriam contou ter pedido para o motorista deixá-la no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), pois “estava passando mal”. No momento em que saiu do carro, André teria dito a ela que “não a deixaria viva” e que “faria o que há de pior com ela”.

Ainda segundo os relatos, um vigilante do hospital testemunhou o que o suspeito teria dito a mulher e chamou a polícia. Com a saída do criminoso da unidade de saúde, a vítima foi encaminhada a uma delegacia, onde pôde registrar a ocorrência.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?