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Desesperados, brasilienses levam gás de cozinha industrial para casa

Segundo sindicato das revendedoras, apesar de carregamentos escoltados, estoque de GLP continua zerado no DF

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Homem carregando botijão de gás na cabeça
1 de 1 Homem carregando botijão de gás na cabeça - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Apesar de mais carregamentos de gás de cozinha terem sido escoltados pela Polícia Militar nesta segunda-feira (28/5) até as revendedoras, os estoques do produto acabaram rapidamente e continuam zerados. Ao se ligar para uma empresa de revenda, a resposta é quase que ensaiada: “Acabou e não tem previsão de chegar”. Sem opção, tem gente pagando R$ 250 por um botijão maior, de 45kg, que não é recomendado pelo Corpo de Bombeiros.

O preço do bujão varia entre R$ 60 e R$ 95, dependendo da região administrativa. Durante a greve dos caminhoneiros, que retém os carregamentos desde quarta (23), o valor médio ficou em R$ 85. Por mês, são vendidos no Distrito Federal 425 mil botijões de gás com 13kg, usados em cozinhas residenciais.

O gás consumido na capital vem de estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. Com o bloqueio das rodovias iniciado na segunda-feira da semana passada (21), os caminhões não estão tendo acesso às revendedoras. Prédios inteiros estão sem o produto, como acontece na região de Águas Claras.

Desespero
Com medo de a escassez do combustível se prolongar devido à greve dos caminhoneiros, alguns brasilienses têm se arriscado a comprar botijões com capacidades muito maiores do que as recomendadas.

Em uma distribuidora do Sudoeste, até os estoques de bujões com 45kg já se esgotaram. Tais unidades têm capacidade três vezes maior do que o gás doméstico, de 13kg, e são vendidas a preços variando entre R$ 245 e R$ 290.

O capitão Ronaldo Reis, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, alerta para os perigos do uso desse tipo de botijão, recomendado para cozinhas industriais. “Esse modelo demanda uma instalação diferente. Nem todas as casas o comportam, e pode acabar sendo perigoso. Nós recomendamos que seja utilizado o bujão tradicional de 13kg, que é projetado para o uso doméstico”, explica.

Pela manhã, algumas distribuidoras chegaram a receber unidades, mas essas já se esgotaram e não há previsão de outra distribuição.

Confira as regiões que receberam novo carregamento de gás:

Asa Sul: cinco toneladas;
Aeroporto Internacional de Brasília: 14 toneladas;
Ceasa/Guará/Taguatinga: 10 toneladas;
Ceilândia/SAAN: nove toneladas;
Vicente Pires: 54 botijões;
Taguatinga e Brazlândia: 467 botijões;
QI 16 de Taguatinga: três caminhões;
Valparaíso: 473 botijões;
Sudoeste e Asa Norte: oito toneladas.

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