Desemprego no DF aumenta mais entre os pobres, aponta Codeplan
Em março, taxa de desemprego subiu de 21,6% para 24,5%, entre as pessoas de baixa renda. Em regiões de alta renda, subiu de 18,1% para 19,1%
atualizado
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O desemprego no Distrito Federal voltou a aumentar no mês de março. Números da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (Ped-DF), realizada pela Codeplan e Dieese, apontam que a taxa de desemprego total cresceu de 18,6% para 19,5%, entre fevereiro e março de 2021.
No total do período, o contingente de desempregados foi estimado em 316 mil pessoas, 18 mil a mais que o observado no mês anterior.
Analisando os percentuais de acordo com a faixa de renda das regiões administrativas, as áreas mais pobres tiveram maior acréscimo no número de pessoas sem emprego.
A taxa de desemprego aumentou no Grupo 4 (regiões de baixa renda), ao passar de 21,6%, em fevereiro, para 24,5%, em março. No Grupo 2 (regiões de média/alta renda), de 18,1% para 19,1%, e permaneceu relativamente estável no Grupo 3 (regiões de média-baixa renda), ao passar de 21,9% para 21,8%.
Isso significa que aumentaram mais os números de desempregados em áreas como Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA – Estrutural e Varjão.
Salários menores
Entre janeiro e fevereiro de 2021, diminuiu o rendimento médio real de ocupados (-5,8%), de assalariados (-5,8%) e dos trabalhadores autônomos (-3,1%), os quais passaram a equivaler a R$ 3.681, R$ 4.144 e R$ 2.050, respectivamente. Entre os assalariados caiu a remuneração média no setor privado (-2,5%) e no setor público (-6,1%).
Entre os grupos por percentual de renda, o rendimento médio real dos ocupados reduziu entre os 10% mais ricos (-6,9%), os 25% mais ricos (-6,8%), os 50% e 25% mais ricos (-5,3%), os 25% e 50% mais pobres (-2,1%) e os 10% mais pobres (-1,0%); e variou negativamente entre os 25% mais pobres (-0,5%).
Procura por emprego
“As informações de nossa pesquisa ilustram uma situação de dificuldade para os residentes do Distrito Federal no último mês de março, consolidando um quadro que vinha se desenhando na virada do ano. Isto se revela no crescimento da taxa de desemprego, que atingiu 19,5% da força de trabalho local, mas principalmente nos movimentos que vem determinando a elevação do desemprego, pois as pessoas estão voltando a procurar trabalho, e as oportunidades ocupacionais não surgem”, afirmou Lucia Garcia, coordenadora de Pesquisas de Mercado de Trabalho.
“A economia não corresponde às necessidades de manutenção e renda da população. Essa tendência acompanha o modo como avança a segunda onda da Covid no país e a ausência de políticas de ajuda financeira, como o auxílio emergencial, inexistente no primeiro trimestre do ano”, acrescentou.
Jusçanio Umbelino de Souza, gerente de Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, acrescentou que, “tão logo as restrições sanitárias arrefeçam o isolamento social, especialmente pelo avanço do percentual de vacinação contra a Covid-19, espera-se uma forte reação positiva da atividade econômica, até então represada, com consequente aumento dos níveis de emprego. Mas esse cenário deverá acontecer somente na segunda metade deste ano”.