Desaparecimento de Lázaro Franco completa um mês. O que se sabe até agora?
Grupo de buscas é o principal responsável por coletar informações sobre sumiço do servidor do Ministério da Agricultura
atualizado
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A angústia da família Franco completa um mês nesta quinta-feira (30/7). O filho mais velho da casa, Lázaro Rosa Franco, 29 anos, servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está desaparecido desde o dia 30 de junho.
Ele foi visto pela última vez no bairro Cidade Jardins, em Valparaíso de Goiás. De lá para cá, a rotina de parentes e amigos precisou incluir buscas por endereços conhecidos do servidor e por onde ele possa ter estado; pedido de ajuda por informações e cobrança das autoridades policiais que cuidam do caso.
Sem esconder a saudade, a única mulher entre os três irmãos de Lázaro – Sofia Rosa, 24 anos – revelou ao Metrópoles detalhes da vida do desaparecido: uma pessoa extrovertida, apaixonada por música e culinária.
“O Lázaro é uma pessoa bem sociável, adora fazer piadinha e conversa sobre tudo, pois tem uma fácil compreensão para as coisas em geral. Essa, sem dúvida, é a característica mais reconhecida dele, sua inteligência. Meu irmão é um musicista, essa é a paixão e o dom dele. Gosta muito de compor e seu instrumento principal é a guitarra. Quem o viu tocar sabe o exímio e cativante guitarrista que ele é”, declara.
Além da música, Lázaro se destaca como cozinheiro. “A paixão que une a nossa família é a comida. Nossa mãe é cozinheira de mão cheia, mas todo mundo sabe alguma coisinha. O Lázaro domina as pizzas. Vez ou outra faz uma noite de rodada de pizzas dos mais diversos sabores para os amigos e familiares. A casa enche”, completa Sofia.
Veja fotos do rapaz em família:
Nos últimos dias, contudo, a alegria de Lázaro, que contagia a todos que o conhece, foi substituída pela apreensão pela falta de notícias do rapaz.
Acho que alguém que nunca passou por algo semelhante sabe quão desolador é a situação que estamos vivendo. E tem que ser semelhante até na duração, pois a sensação da primeira semana é muito diferente da quarta. Você começa esperançoso, muita gente se movimentando, imprensa entrando em contato, possibilidades tecnológicas… Como não achá-lo rápido?
Sofia Franco, irmã de Lázaro, desaparecido há um mês
Ao longo dessas 720 horas do primogênito dos Franco longe de casa, diversos relatos sobre o paradeiro do rapaz foram colhidos pelos grupos de buscas formados por amigos, parentes e voluntários. Mas, até o momento, não houve sucesso na procura.
Responsável pelas investigações, a delegada Caroline Matos Barreto, da Polícia Civil do estado de Goiás (PCGO), informou ao Metrópoles não possuir atualizações sobre o caso. “Não há novidade alguma até o momento”, disse.
Do Plano a Luziânia
A mãe de Lázaro, Cynthia Rosa, 58 anos, conta que o filho saiu de casa, sem avisar, um dia antes do desaparecimento, em 29 de junho. “Saímos e o encontramos perto da igreja da cidade”, conta.
No entanto, quando ela acordou na manhã seguinte, o filho não estava mais em casa. “Procuramos pelo Plano Piloto até Luziânia”, revela Cynthia (foto em destaque, com o filho). A partir daí, parentes e amigos não tiveram mais contato com o servidor.
Lázaro possui histórico de ansiedade e depressão. Até abril deste ano, o servido público morava em Águas Claras, mas terminou o relacionamento que mantinha e voltou para a casa dos pais. Familiares creem que esse possa ter sido um dos motivos de uma nova crise depressiva.
Veja o último registro do servidor na região do Entorno:
Pistas
Durante as últimas duas semanas, as buscas se intensificaram rumo a municípios de Goiás. Regiões como Anápolis, Abadiânia, Corumbá e Pirenópolis foram panfletadas.
O grupo de buscas seguiu as novas pistas após Hélio Franco, pai de Lázaro, ter recebido um telefonema de um morador de Anápolis, em 19 de julho. Uma mulher afirmava ter conversado com o jovem dois dias antes.
Entretanto, a pessoa só soube depois que a família do rapaz com quem conversou buscava por ele.
“Acabei de ver um vídeo do seu filho. Mais do que nunca, tenho certeza, é ele sim. É ele que esteve aqui na minha porta”, diz a mensagem enviada à família pela mulher, que se apresentou apenas como Eleusa.
Segundo ela, o servidor afirmou que iria até Abadiânia (GO) para visitar um amigo internado em uma clínica de reabilitação.
Ao saber da possibilidade desse contato, a cidade de Anápolis se mobilizou. Um novo grupo de busca foi criado por moradores da região. Rádios, jornais e comerciantes colocaram-se à disposição para ajudar.
“Parece até surreal, em pleno século 21. A gente vê tantas coisas nas câmeras de rua, todo dia tem uma reportagem, mas com ele, tirando aquela [imagem] lá da rua de casa, [não há mais] nenhuma. Já fui a vários lugares, até paramos numa loja e olharam lá comigo [a filmagem da câmera de segurança], e nada”, diz, incrédula, a mãe do jovem.
Além do monitoramento das câmeras de vigilância, parentes e amigos de Lázaro comunicaram o caso à Prefeitura de Anápolis e à Polícia Militar de Goiás (PMGO). Abrigos da região também foram alertados sobre a procura pelo servidor do Mapa.
As buscas seguem diariamente. Nesta semana, a família também apresentou o caso para a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na expectativa de que a corporação possa contribuir com as investigações. Um mês após Lázaro sumir sem deixar rastros, os Franco esperam, acima de tudo, um desfecho feliz.
Qualquer informação que indique o paradeiro de Lázaro pode ser usada nas buscas. Quem tiver alguma pista pode contatar a família pelos telefones (61) 3627-9406 / 99219-6669 ou 99178-3416.
Veja imagens divulgadas por parentes e amigos: