DER-DF convoca servidores no ponto facultativo e agentes criticam
Categoria argumenta que não faz parte dos quadros da Segurança Pública e estaria dispensada pelo decreto do governador Ibaneis Rocha
atualizado
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Servidores do Departamento de Estradas de Rodagens do Distrito Federal (DER-DF) criticaram, nesta quarta-feira (18/03), a convocação de agentes de serviços externos por parte da direção do órgão.
Eles reclamam que a pasta não faz parte da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e, por isso, os funcionários deveriam ter sido dispensados por conta do decreto do GDF que estabelece ponto facultativo, até o fim da próxima sexta-feira (20/03), como medida de reduzir a transmissão do coronavírus no Distrito Federal.
De acordo com o diretor-geral do DER-DF, Fauzi Nacfur, foram chamados apenas os servidores que fazem parte do quadro de segurança viária, controle de trânsito e de operações tapa-buraco. Eles realizam trabalhos externos, que, segundo o chefe do órgão, geram menor risco à saúde dos agentes.
“Precisamos ter responsabilidade, e o governo está tomando medidas drásticas, o que é louvável. Não pode todo mundo ir para casa e ninguém fazer nada. Precisamos, à medida do possível, continuar fazendo nosso trabalho e mantendo a normalidade dos serviços”, declarou Fauzi Nacfur, destacando a dispensa dos servidores administrativos.
O argumento do diretor não foi aceito pela Associação do Servidores do DER-DF (Asder). Segundo o presidente da entidade, Aurélio Pimenta, os agentes não poderiam ter sido chamados, uma vez que o decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) não abre exceções.
“Eles estão dando um jeito para justificar a convocação dos servidores. O decreto não abre exceções e fala em órgãos da segurança pública. Chamaram todos que têm atividades de campo. Conversamos com nossos advogados e nos disseram que não deveríamos ter sido chamados para o trabalho, obedecendo o decreto do governo”, criticou Pimenta.
Aurélio Pimenta questiona ainda o fato de os trabalhadores estarem sendo convocados por telefone pelos próprios chefes. Para o presidente da Asder, a direção deveria ter emitido um ofício comunicando a convocação ou ocorrido uma alteração no decreto do governador.
Segundo o diretor-geral do DER-DF, contudo, não houve a necessidade de emitir um ofício para a convocação, uma vez que o decreto do governador se sobrepõe a outros documentos.