Deputados e OAB investigam denúncia de violência contra adolescentes em unidade de internação no DF
A visita à unidade de Santa Maria ocorreu na quarta (27/1). Há relatos também de irregularidade no transporte dos internos
atualizado
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Representantes de entidades de direitos humanos, deputados e integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional DF (OAB-DF), receberam relatos de violência contra adolescentes da Unidade de Internação de Santa Maria e iniciaram procedimento de investigação. Na quarta-feira (27/1), durante uma inspeção, colheram depoimentos de violência física e psicológica. Também há relatos de violações durante o transporte dos adolescentes para atendimentos externos, como no caso de consultas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs).
Fábio Felix (Psol) e a Erika Kokay (PT), deputados do DF nas câmaras Legislativa e Federal, respectivamente, participaram das diligências com integrantes da OAB, Comissão de Direitos Humanos da CLDF e Conselhos de Serviço Social e de Psicologia.
Para o presidente da CDH na Câmara Legislativa, os relatos são muito graves e exigem apuração rigorosa. Também faltam especialistas como psicólogos e assistentes sociais para o atendimento adequado aos internos.
“Vamos cobrar providências do GDF. A socioeducação deve ter efetividade pra ressignificar trajetórias e não ampliar o tecido de violência”, reforçou Fábio Felix.
Já a deputada Erika Kokay relatou ter visto diversos problemas na estrutura da unidade de Santa Maria. “Vamos nos reunir com o governo e com outros órgãos para tratar das violências denunciadas. Não podemos naturalizar comportamentos que ferem o sentido da socioeducação e a dignidade humana”, destacou a federal.
Precariedade
Durante a diligência, os jovens denunciaram, ainda, a precariedade da alimentação servida a eles. Segundo contaram aos integrantes da força-tarefa, são servidas carnes estragadas e mingau doce misturado ao feijão.
Há, também, relatos de alagamento nos quartos dos adolescentes quando chove. As celas do “módulo de castigo” (quando os internos recebem punições) foram vistoriadas e estavam em “condições precárias de higiene e estrutura”, segundo a comitiva.
As denúncias foram registradas, os mandatos e entidades vão elaborar um relatório que será encaminhado ao Governo do Distrito Federal, ao Ministério Público do DF e Territórios e outros órgãos de controle para investigação.