CPI: deputado pede convocação de major da PMDF preso pela PF nesta 5ª
Major da reserva da corporação liderou acampamento golpista em frente a QG do Exército e ensinou táticas de guerrilha para bolsonaristas
atualizado
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Horas após a prisão de Cláudio Mendes dos Santos, major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que liderou o acampamento bolsonarista em Brasília, o deputado Fábio Felix (PSol) apresentou requerimento para que o oficial preste depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa (CLDF).
A Polícia Federal (PF) prendeu o major da reserva no âmbito da 9ª fase da Operação Lesa Pátria, na manhã desta quinta-feira (23/3). O Metrópoles havia mostrado, em 29 de janeiro, que ele atuava como líder do movimento em frente ao Quartel-General do Exército de Brasília, inclusive lucrando com arrecadação de dinheiro dos bolsonaristas.
Assista:
Cláudio chegou a comemorar, em mensagem de WhatsApp um dia após os ataques de 8 de janeiro: “Ainda não ‘tô’ preso”. O militar, detido no Riacho Fundo, morava em Samambaia. Dias antes do atentado golpista contra as sedes dos Três Poderes, ele participou de programa em uma rádio comunitária, onde convocou manifestantes e pediu cumplicidade dos policiais contra os participantes dos atos.
Fábio Felix comentou o requerimento durante sessão da CPI desta quinta-feira (23/3). “A gente estava falando de uma possibilidade de conspiração criminosa por golpe de Estado envolvendo instituições”, declarou o deputado.
Atuação
O requerimento que convoca o policial preso está preparado e menciona reportagens publicadas pelo Metrópoles sobre a atuação e a prisão de Cláudio.
O policial da reserva era um dos líderes que mais discursava no palco improvisado, montado em um caminhão no QG do Exército em Brasília, e chegou a levar o filho de 8 anos para o acampamento bolsonarista.
Cláudio se apresentava como major Cláudio Santa Cruz e se vangloriava por ter sido do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM.
Os fatos investigados constituem, inicialmente, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, além de destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Requerimento de diligências
O deputado Fábio Felix também protocolou um requerimento que tem como alvo os financiadores. Depoimentos da CPI apontaram que bolsonaristas que promoveram atos de vandalismo em 12 de dezembro acabaram se escondendo em hotéis onde estavam hospedados.
O requerimento de Felix pede “diligências em hotéis com a finalidade de identificar financiadores dos atos golpistas, bem como cópia integral de procedimentos investigatórios nos órgãos vinculados à SSP/DF que eventualmente tenham o mesmo objeto”.