Deputado do PT chama sindicato de mentiroso após aumento da gasolina
Deputado Chico Vigilante (PT) chamou de mentirosa a informação do Sindicombustíveis, que justificou um novo aumento no preço da gasolina
atualizado
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O deputado distrital Chico Vigilante (PT) classificou como mentirosa a informação do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicombustíveis-DF) de que haverá um novo aumento nos preços da gasolina e do etanol. O petista se mostrou indignado com a ação dos proprietários de postos: “Virou uma verdadeira máfia para prejudicar a população”.
De acordo com o Sindicombustíveis, as distribuidoras reajustaram os preços nessa terça-feira (16/7). Nas bombas, o novo valor será reajustado de acordo com o estoque de cada posto, segundo Paulo Roberto Tavares, presidente da organização.
Ele informou que o litro da gasolina subirá R$ 0,05 e, o do etanol, em R$ 0,10. “Segundo as companhias, o reajuste é devido à elevação do etanol anidro nas usinas”, explicou o sindicalista. Com isso, a média do preço da gasolina na capital deve variar entre R$ 6 e R$ 6,10 o litro.
No entanto, o petista alega que não houve aumento e chama a ação do sindicato de pura ganância. “Eu estou recebendo notas fiscais de uma distribuidora que fornece para um posto e não teve aumento nenhum.”
“Portanto, eles estão mentindo, mais uma vez, para prejudicar a população do Distrito Federal. Não teve aumento. É a ganância. Esse Paulo Roberto virou o porta-voz dessa máfia dos postos de gasolina do DF”, disse, em um vídeo compartilhado na tarde desta quarta-feira (17/7).
O deputado Chico Vigilante, que é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), também comunicou que fará reuniões e audiências com representantes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal (PF), pois, segundo ele, está acontecendo um “atentando contra a lei da economia popular”.
“A gente aqui não anda de carro porque gosta. A gente anda porque o transporte público é ruim. Portanto, tem gente que está gastando até um terço do salário que ganha com mobilidade, com combustível para colocar no carro. Isso é simplesmente inaceitável”, acrescentou.
“Vocês já viram o tanto de posto novo que está surgindo no Distrito Federal? É porque é o setor da economia que mais dá lucro. É por isso que tem surgido tantos novos postos no Distrito Federal.”
Assista o vídeo:
O Metrópoles questionou o presidente Sindicombustíveis-DF sobre as críticas proferidas pelo deputado do PT. A organização, após enviar nota explicando a composição do preço da gasolina, informou que “trabalha todos os dias para fornecer combustíveis de qualidade a preços justos e competitivos”.
“Estamos totalmente abertos e dispostos a colaborar com as autoridades para quaisquer investigações. A transparência é fundamental para nós, e apoiamos qualquer esforço para garantir justiça e equidade no mercado. Estamos dispostos a dialogar abertamente com o deputado, as autoridades e qualquer outra parte interessada para discutir essas questões de forma construtiva”, alegou o sindicato.
Explicação sobre o preço dos combustíveis
Em nota, Paulo Roberto Tavares explica que o preço do combustível é formado e influenciado por diversos fatores, incluindo o valor do petróleo no mercado internacional, na refinaria, impostos, custo do etanol anidro e, claro, a margem de lucro das distribuidoras das quais o posto revendedor adquire seus produtos.
“Contrariamente ao que foi a alegação, os preços do etanol anidro somente no ano de 2024 já sofreram reajuste de 0,68 centavo nas usinas e aumentaram recentemente nas últimas cinco semanas seguidas”, disse.
O presidente do Sindicombustíveis-DF indicou notas fiscais que comprovariam o reajustes realizados pelas distribuidoras nos produtos adquiridos junto as companhias.
Os documentos usados pela organização mostram que, entre abril e julho, o valor unitário saiu de R$ 5,20 para R$ 5,479. O sindicalista acrescentou que os valores podem variar entre as companhias em alguns centavos e que os revendedores compram os combustíveis das distribuidoras, e não da Petrobras.
“Essas notas fiscais são evidências concretas que comprovam o aumento no custo da gasolina que segundo as distribuidoras se deve a elevação do etanol anidro. O mercado de Etanol não é controlado pela Petrobras, mas pela livre concorrência dos usineiros”, concluiu.